Sem polêmicas fora de campo e com atuações destacadas dentro dele, Neymar vem retomando o bom futebol na Europa. Depois de um primeiro semestre de 2019 decepcionante, com nome envolvido em uma acusação de estupro (que acabou arquivada pela falta de provas) e sofrendo com lesões, que até o tiraram da conquista da Copa América, o atacante vive sua melhor fase no Paris Saint-Germain e parece já não pensar mais em uma possível transferência para voltar ao Barcelona.

De fato, os números mostram uma grande melhora. Desde quando voltou de uma lesão muscular, em novembro, Neymar participou de 12 jogos. Ao todo, foram 11 gols e 7 assistências distribuídas neste curto período. Na temporada, são 17 jogos e 15 gols anotados.

“Por que vou querer sair? Tenho mais dois anos de contrato e quero que a equipe continue progredindo. Meu objetivo é a Liga dos Campeões”, disse o brasileiro em entrevista recente à revista France Football. O jogador também parece estar se cobrando menos, e isso tem refletido sem sua alegria em campo. “Eu nunca jogo para ser o número um. Faço isso porque amo futebol e me sinto feliz em campo.”

A maior participação do camisa 10 nas vitórias também está relacionada a mudança tática promovida por Thomas Tuchel, que oficializou seu principal jogador como meia e principal criador de jogadas. O próprio treinador destacou o maior envolvimento de Neymar com a equipe.

“Ele está 100% conosco. Está 100% no elenco. Ele ri e brinca e podemos contar com ele. Ele está totalmente lá com os colegas de time. Isso é normal, além de necessário. Ele é um cara muito sensível”, destacou em entrevista coletiva.

Esse lado mais amadurecido ficou claro na goleada do PSG sobre o Galatasaray, pela Liga dos Campeões, em novembro. No pênalti que decretou o último gol, Neymar entregou a bola para Cavani bater. O lance nem de longe lembrou a vez que os dois discutiram para ver quem cobraria uma falta em 2017.

“Eu não fiz isso para reconciliar com ninguém, meu primeiro pensamento é no grupo, na equipe. Individualismo no futebol não cabe. Se quisesse isso, jogaria tênis. Jogaria sozinho”, declarou Neymar, em entrevista ao Esporte Interativo após o jogo.

ELOGIOS DA IMPRENSA E PAZ COM A TORCIDA – Depois de ser vaiado pelos torcedores do PSG e massacrado pela mídia francesa pelas constantes festas e por uma tentativa frustrada de voltar ao Barcelona na última janela de transferências, Neymar agora é elogiado.

“O nascimento de um líder”, dizia um artigo publicado este mês pelo jornal francês Le Parisien. “Irresistível em campo, finalmente em campo por dois meses seguidos, reconciliado com o público, a estrela brasileira do PSG assume um novo papel de líder de uma equipe pronta para lhe dar as chaves”, afirma o texto.

Desde que se mudou para o Parque dos Príncipes em 2017, como jogador mais caro da história, custando 222 milhões de euros (R$ 824 milhões), Neymar contribuiu para 101 gols (66 gols e 35 assistências) em 75 partidas do PSG.

A média de 0,88 gols e 0,46 assistências por jogo pelo clube parisiense é muito superior às registradas na época de Barcelona, onde ele marcou 0,56 gols por jogo e deu 0,4 assistências.

Líder disparado do Campeonato Francês, com 52 pontos – 10 a mais do que o segundo colocado Olympique de Marselha -, o PSG volta a atuar pela Liga dos Campeões apenas em 18 de fevereiro, quando encara o Borussia Dortmund, na Alemanha.