Tabela do frete foi reajustada para atender a demanda dos caminhoneiros. (Franklin de Freitas)

O reajuste médio de 5,5% na tabela do frete, anunciado no começo do mês pela Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), vai custar R$ 1,09 bilhão ao comércio brasileiro até o fim deste ano, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). No Paraná, a projeção da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio PR) é de que o transporte das mercadorias comercializadas pelo varejo custe aos empresários aproximadamente R$ 70 milhões a mais em 2018.
Segundo a Fecomércio PR, empresas deverão absorver grande parte deste custo, mas deve haver algum repasse ao consumidor final. Apesar da ideia de repassar o mínimo possível ao consumidor, os gastos com serviços de frete representam 10,5% das despesas anuais do comércio, cabendo destacar que em alguns ramos a logística chega a 20% dos custos totais. As atividades mais penalizadas serão as atacadistas de matérias-primas, de combustíveis e de alimentos. Mas há setores em que o frete já custa mais do que o próprio produto.
Segundo a CNC, o efeito do novo valor do frete deverá ser um achatamento da margem de lucro dos negócios, o que pode frear investimentos e limitação da contratação de pessoal. Considerando que até este mês a atividade econômica vem apresentando fraco desempenho, os comerciantes não terão como repassar na totalidade a elevação do custo com transportes aos preços de venda, sob o risco de afugentar ainda mais os clientes.