Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo – Militares na fronteira: barreira

Novos conflitos voltaram a ocorrer em Pacaraima (RR), na fronteira entre Brasil e Venezuela, na tarde deste domingo (24). Imagens transmitidas pela televisão mostraram manifestantes chamando a atenção e atirando pedras em direção às forças militares venezuelanas, dispostas em fila e fazendo uma barreira na pista ao lado de um tanque. Os militares venezuelanos reagiram atirando bombas de gás lacrimogêneo nos manifestantes, em direção ao lado brasileiro da fronteira.

Pelas imagens, apenas um militar brasileiro entra no meio do conflito fazendo gestos para que os ataques terminem. No sábado, dois venezuelanos morreram em confrontos em uma área perto da fronteira da Venezuela com o Brasil. Também foi registrado confronto na fronteira entre Venezuela e Colômbia. Ainda no sábado, dois caminhões com ajuda humanitária entraram em território venezuelano, segundo o governo brasileiro. Ontem foi o terceiro dia de confrontos da região desde que o presidente Nicolás Maduro anunciou o fechamento das fronteiras.

Feridos
Também foram registrados novos confrontos na fronteira da Venezuela com a Colômbia, que deixaram 285 feridos, conforme comunicado oficial do Ministério das Relações Exteriores local publicado pela Agência Brasil. Das pessoas atingidas, 255 são venezuelanas e 30 são colombianas que se feriram, principalmente, por conta dos ataques com gás lacrimogêneo e armas não convencionais.

Refúgio
O Ministério das Relações Exteriores da Colômbia informou ainda que um grupo de 60 militares venezuelanos, incluindo oficiais, pediram refúgio ao país. A atitude dos militares, de acordo com o texto oficial reproduzido pela Agência Brasil, “demonstra o descrédito no governo do venezuelano Nicolás Maduro”.

A prioridade do presidente da Colômbia, Iván Duque, conforme o comunicado, é proteger a integridade de pessoas na zona fronteiriça e, por conta disso, providenciou o retorno de caminhões para proteger a ajuda humanitária.

“O mundo testemunhou que a Colômbia, Chile, Paraguai, Estados Unidos e muitos países da região estiveram em uma ação humanitária e pacífica multilateral para levar alimentos e remédios para os cidadãos venezuelanos. A Colômbia e a comunidade internacional cumpriram e receberam violência da Venezuela”, destaca o Ministério, no texto.