No mês de maio de 2006 tivemos talvez a maior demonstração de poder do crime organizado no Brasil. Os criminosos, que representam uma imensa minoria, conseguiram aterrorizar a população e parar a maior cidade do país. Não me esqueço quando aos oito anos vim morar em Curitiba, uma cidade muito maior da que eu morava até então. Dois anos depois da mudança para Capital, aconteceu um fato que me deixou bastante amedrontado, que foi o caso da Loira Fantasma, uma mulher que aterrorizava os taxistas na década de 70. Era a história de uma mulher loira e muito bonita chamada Lurdes, que tinha sido vítima de um taxista psicopata e tarado. Diz à lenda que o espírito dela voltou e matou com um ataque de asma o taxista numa noite fria do inverno curitibano. As noticias geradas por aquele fato me deixaram por muito tempo com medo de qualquer mulher loira, pois na minha cabeça ela poderia ser a tal Loira Fantasma.
O que percebi no caso de São Paulo é que pessoas adultas ficaram no mesmo estado de pânico que eu fiquei quando era criança. É claro que o caso aqui é muito mais grave e real do que o da Loira Fantasma, e de proporções bem maiores, por culpa dos criminosos e em parte por culpa dos meios de comunicação que mostravam repetidamente imagens sensacionalistas dos atentados, que ocasionaram diversos boatos, gerando uma onda de medo.
Não vou ficar aqui discutindo o que está certo ou errado, o que se deve ou não fazer para diminuir a criminalidade, pois esta não é a minha especialidade profissional, mas dentro da minha área posso ver o quanto as pessoas ficam influenciadas pelas noticias negativas.
Paul Harvey, um dos comentaristas de notícias mais conhecido dos USA, em um de seus artigos, disse que: comportamentos saudáveis, pessoas de bem com a vida e felizes, famílias unidas, não vendem notícia, principalmente nos horários nobres, quando a maioria das pessoas pode ver televisão.
Realmente é verdade! Os bons programas da TV aberta, geralmente são nos horários que grande parte da população não pode assistir, de madrugada, por exemplo. Harvey faz um alerta sobre os efeitos das más noticias, elas tendem a azedar o estilo de vida das pessoas, fomentam a revolta pessoal e social, aumentam a desconfiança, criam a inveja, esvaziam a esperança e a vontade de crescer e mudar, criando esse efeito apático que os brasileiros estão carregando dentro de si, simplesmente deixando a correnteza levar e achando que não vale a pena mais tentar.
Particularmente sabemos que a maioria das pessoas é do bem. Um estudo feito pela Princenton Research Survey, sobre dois mil chefes de família, descobriu que 90% deles não roubam, 84% não traem seus cônjuges e 88% não falam mentiras das outras pessoas.
Infelizmente não conseguimos mais conviver sem esse enfoque sensacionalista do negativismo, da corrupção e da violência do novo milênio. Temos sim que aprender a não deixar que atitudes negativas afetem as nossas crenças e buscas pessoais, que não tirem a nossa fé, que não fiquemos acomodados e passemos a acreditar que o mundo realmente é assim, que os momentos de otimismo devem dar lugar ao cinismo. Precisamos escolher as poucas notícias boas e positivas para nos afetar e servir como exemplo na vida! –
Um grande abraço e boa semana.
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Desmar Milléo Junior, Autor do Livro: Apenas Boas Intenções Não Bastam,  Palestrante nas áreas motivacional, comportamental e vendas.Treinamentos com Jogos de Negócios & Simuladores.
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