O Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), cumpriu nesta quarta-feira, 9 de outubro, cinco mandados de busca e apreensão em cidades da Região Metropolitana de Curitiba. A ação é realizada dentro da Operação Calvário, do Ministério Público da Paraíba, que trata de desvios de recursos públicos em contratos firmados com unidades de saúde e educação, corrupção e lavagem de dinheiro.

Foram feitas buscas em duas residências e três endereços de uma mesma empresa em Curitiba, Colombo e Campina Grande do Sul. Foram apreendidos documentos, computadores, celulares e dinheiro em espécie. Segundo a investigação do MPPB, a organização criminosa investigada tem atuação em diversos estados brasileiros.

As ordens judiciais foram expedidas pelo Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba na quinta fase da Operação Calvário, para combater desvio de recursos públicos estaduais, corrupção e lavagem de dinheiro, em três cidades paraibanas (João Pessoa, Santa Rita e Mataraca) e em mais quatro Estados (São Paulo, Alagoas, Paraná e Rio de Janeiro).

Na Paraíba, a ação foi desenvolvida pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e a Comissão de Combate aos Crimes de Responsabilidade e à Improbidade Administrativa (Ccrimp), órgãos do Ministério Público da Paraíba, juntamente com a Controladoria-Geral da União (CGU), Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF). O objetivo foi cumprir três mandados de prisão e 25 de busca e apreensão.

Esta etapa da operação contou com o apoio operacional dos órgãos do Ministério Público dos estados de São Paulo, Alagoas e Paraná, por meio de seus respectivos Gaecos, e do Rio de Janeiro, por intermédio do Grupo de Segurança e inteligência (CSI) e do Gaocrim, e da auditoria do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba.

De acordo com a investigação em curso, a Operação Calvário, na Paraíba, tem o objetivo de investigar e desarticular uma organização criminosa (Orcrim) que, por seus agentes e núcleos de atuação, foi responsável pela prática de atos de corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos em contratos firmados com unidades de saúde e educação do Estado e cujos valores ultrapassam o montante de R$ 1 bilhão. Ainda segundo a apuração, essa organização atuou também em outras unidades da federação, a exemplo do Estado do Rio de Janeiro.

A primeira fase da Operação Calvário foi desencadeada em dezembro de 2018. À medida que as investigações avançaram, novas fases foram deflagradas e denúncias oferecidas à Justiça. Esta quinta fase teve o objetivo de cumprir ordens emitidas pelo desembargador relator do processo em curso no Tribunal de Justiça da Paraíba, Ricardo Vital de Almeida, atendendo a requerimento do Ministério Público da Paraíba. A Justiça determinou a expedição de três mandados de prisão preventiva em desfavor de Ivan Burity de Almeida, Jardel Aderico da Silva e Eduardo Simões Coutinho.

Os 25 mandados de busca e apreensão foram em desfavor de Aléssio Trindade de Barros, José Arthur Viana Teixeira, Ivan Burity de Almeida, Pousada Potiguara/Camaratuba, Conesul Compercial e Tecnologia Educacional Eireli, Márcio Nogueira Vignoli, Hilário Ananias Queiroz Nogueira, Editora Grafset, Vladimir dos Santos Neiva, J.R. Araújo Desenvolvimento Humano Eireli/Editora Inteligência Relacional (este com localizações em Ribeirão Preto/SP e Maceió/AL), Jardel da Silva Aderico, Antônio Carlos de Souza Rangel, Henaldo Vieira da Silva, Giovana Araújo Vieira, Mário Sérgio Santa Fé da Cruz, Eduardo Simões Coutinho, José Aledson de Moura, Instituto de Psicologia Clínica Educacional e Profissional (IPCEP) e Brink Mobil Equipamentos Educacionais (este último estabelecido em Colombo/PR, Curitiba/PR, Campina Grande do Sul/PR e São Paulo/SP).

Na Paraíba, estão sendo cumpridos, de forma simultânea, 13 mandados judiciais, sendo dois de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão, mais precisamente nos municípios de João Pessoa, Santa Rita e Mataraca. Outros mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos no Estado do Rio de Janeiro (quatro), em São Paulo (três) e no Paraná (cinco). Em Alagoas, são três mandados (um de prisão preventiva e dois de busca e apreensão).