Hully Paiva/SMCS

Trabalhadores que estão executando os serviços de pavimentação na Rua Coronel Dulcídio foram surpreendidos com um achado da década de 30. A antiga galeria do Rio Ivo, localizada no trecho entre a Rua Gutemberg e a Avenida Vicente Machado, cedeu e se mostrou no último dia 14/4, terça-feira passada, quando já fadigada pelo tempo e por sua estrutura já frágil para suportar o peso do alto tráfego de veículos. 

A requalificação de 670 metros de pavimento da Rua Coronel Dulcídio, entre as ruas Benjamim Lins e Doutor Carlos de Carvalho, no Batel, teve início no dia 13 deste mês. Quando o trabalho da fresagem do piso, que retira a camada de asfalto danificada, se aproximou do ponto por onde passa a galeria, uma pequena porção do piso ruiu perto do meio-fio. Na escavação para investigar a causa do problema, foi descoberta a velha galeria. 

Acionado pela Unidade Técnica de Infraestrutura de Pavimentação (Utip) da Secretaria Municipal de Obras Públicas, o Departamento de Pontes e Drenagem da mesma secretaria iniciou a intervenção para substituir a antiga estrutura. Os serviços devem durar cerca de dez dias e, em seguida, será concluída também a obra de pavimentação.  

De acordo com o secretário municipal de Obras Públicas, Rodrigo Rodrigues, a galeria do Rio Ivo será reforçada para aguentar o peso dos veículos que passam sobre ela ao trafegarem pela Rua Coronel Dulcídio.

“O local foi aberto e a pista bloqueada. As pessoas devem fazer o desvio pela Rua Gutemberg ou, se puderem, mudar de rota. Vamos construir aqui uma caixa de passagem de concreto e implantar um nova tubulação”, disse Rodrigues.     

Urbanização do Batel

Em seu perfil nas redes sociais, o prefeito Rafael Greca explicou que a galeria foi construída durante o processo de urbanização do bairro Batel, por volta de 1930.

“Uma antiga obra de Engenharia, de repente, apareceu no meio da Rua Coronel Dulcídio, entre Água Verde, Batel e Bigorrilho. O tempo seco, carente da umidade típica de Curitiba, fez ruir os contrafortes de argila expandida, de uma velha galeria de canalização do Rio Ivo”, apontou Greca. 

O prefeito lamentou que não pudesse deixar o canal aberto para sempre e deu mais detalhes da antiga estrutura. “A edificação à moda das ruínas romanas, os contrafortes em alvenaria de pedra, a colossal abóboda em tijolos maciços, tudo resistindo há quase um século. Em dez dias ficará pronta a restauração, agora também com recursos de moderno concreto ciclópico. Logo, sobrevirão chuvas abundantes e o velho Rio Ivo voltará ao seu curso, para alimentar o caudal do Belém, artéria vital da nossa cidade amada”, concluiu Greca.