Franklin de Freitas – Galeria no Centro de Curitiba reaberta ontem: prefeitura e governo são contra

Enquanto os grandes shoppings de Curitiba se mantêm fechados em respeito à determinação do governo do Paraná para controlar a pandemia de coronavírus, mantendo apenas as operações de delivery dos restaurantes e a venda drive thru, os shoppings menores e várias galerias do Centro da cidade ignoram o decreto estadual 4.311/20, do governo do Paraná. Segundo a assessoria do governo, o decreto continua em vigor e trata da suspensão de atividades em shoppings centers, centros comerciais e academias de ginástica, e vale para galerias.

A reportagem do Bem Paraná flagrou na tarde de ontem a Galeria Tijucas e a Galeria Minerva abertas e cheias de pessoas circulando — e várias delas sem máscaras, apesar de um aviso na entrada pedindo o uso e um distanciamento social de 2 metros.
O shopping das Flores e o Show das Fábricas, na Rua XV de Novembro, também estavam abertos e com um movimento considerável. Eles tinham com álcool gel na porta de entrada, mas lá dentro havia muitos consumidores próximos uns dos outros, até porque nestes estabelecimentos, ao contrário dos grandes shoppings, as lojas são separadas por divisórias e não paredes, ou seja, nem os próprios vendedores conseguem manter o distanciamento necessário para impedir a contaminação por Covid-19.

Segundo informações obtidas pela reportagem do ‘Bem Paraná’, no caso da galeria Tijucas, os lojistas pressionaram o síndico para que a galeria fosse aberta com base na normatização de regras para comércio, editadas pela Prefeitura de Curitiba e ele cedeu. No entanto, segundo o governo e a Prefeitura, a normatização só vale para lojas de rua e não para aquelas que estão dentro de shoppings e galerias, exceto para os estabelecimentos de saúde e de alimentação, no caso só para delivery.
Vários locatários de escritórios no prédio e moradores do edifício são contra a reabertura da galeria. “É muita gente circulando aqui. Temos que entrar para subir no edifício. Ninguém respeita o distanciamento. Temos muitos moradores idosos aqui. Essa reabertura é uma verdadeira guerra interna, que por enquanto os lojistas estão ganhando”, disse uma das moradores.

“Eu acho isso um absurdo. E ninguém faz nada. Os lojistas chegaram com um papel e pronto, abriram. Não é assim que funciona. Sem falar nos funcionários que estão correndo risco também”, afirmou um locatário de uma sala comercial. A galeria ficou fechada durante 20 dias somente, segundo os moradores. Ferdinando Nardelli, proprietário da Alfaiataria Nardelli e síndico do edifício, não quis se manifestar sobre a reabertura. A Galeria Ritz e a Galeria Lustoza estavam fechadas, conforme determinam as autoridades.
A Secretaria do Urbanismo de Curitiba se limitou a dizer ao ‘Bem Paraná’ que tem feito fiscalizações diárias no comércio, a partir das denúncias da população via 156 em diferentes tipos de estabelecimentos, ruas e bairros da cidade. Citou que a Ação Integrada de Fiscalização Urbana (AIFU) já fechou academias, barbearias, tabacarias, lojas de móveis.

Segundo o governo do Estado, se essas medidas em caráter de colaboração não funcionarem e os casos de Covid-19 se agravarem no Estado, daí poderá ser decretada quarentena ou lockdown.

Serviço
Onde denunciar irregularidades sobre o coronavírus
Inclui aglomerações, atividades irregulares, lojas que não seguem protocolos de saúde
No governo do Paraná
A orientação do governo estadual é que as pessoas procurem a Controladoria-Geral do Estado (CGE). A CGE recebe as denúncias de três maneiras:
Canal online (internet)
0800-411-113 (telefone)
(41) 3883-4014 (WhatsApp)
Na Prefeitura de Curitiba
Central 156 – que atende por este número de telefone ou pela internet.