SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O primeiro debate entre os candidatos ao governo do Rio Grande do Sul, na noite desta quinta-feira (16), teve críticas ao governo de José Ivo Sartori (PMDB) e os dois candidatos com o segundo maior tempo de TV disputando números entre si. 

Criticado pelos adversários por questões como a redução do efetivo da segurança pública, parcelamento de salários de servidores públicos e proposta de privatização de empresas estatais, Sartori defendeu a política adotada por seu governo nos últimos quatro anos.

“Nós temos um plano. Queremos sim aderir ao Regime de Recuperação Fiscal. Desejamos sim, privatizar ou federalizar estatais, para concentrar esforços na segurança, educação, saúde, infraestrutura e nas políticas sociais. Durante os três anos de suspensão de pagamento da dívida, prorrogáveis por mais três anos, tornar o Estado sustentável e atrativo para empresas e investimentos. (…) Sou otimista”, disse no encerramento do debate.

O governo não conseguiu que a Assembleia Legislativa votasse a autorização para o plebiscito sobre privatização das estatais (obrigatório no estado), uma das contrapartidas exigidas pela União para adesão ao RRF. A dívida do RS com o governo federal, um dos estados em situação financeira mais crítica, é de R$ 58 bilhões. 

Durante o debate, num bloco em que os candidatos faziam perguntas entre si, Sartori chegou a discutir com o candidato do PT, Miguel Rossetto, que perguntou: “O senhor diz que quer continuar com o mesmo projeto, quer continuar destruindo o Rio Grande?”.

O governador devolveu: “Estou estranhando suas colocações, parece que o senhor nunca foi governo, nem estadual, nem federal”, lembrando o cargo de vice-governador ocupado pelo petista, na gestão Olívio Dutra (1999-2003) e a posição de ministro nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (ambos do PT). 

Apesar das críticas ao governador, dois adversários com chance de ir ao segundo turno com Sartori, Eduardo Leite (PSDB), ex-prefeito de Pelotas, e Jairo Jorge (PDT), ex-prefeito de Canoas, também mediram forças entre si. Os dois disputaram números de educação nos dois municípios e se acusaram mutuamente de “demagogia”. Jorge chegou a questionar o candidato tucano sobre uma mudança de posição com relação à privatização do Banrisul, o banco estadual do RS. Antes a favor, Leite agora não é claro sobre posição.

Na sua fala de encerramento, o candidato, que também é presidente estadual do PSDB, tentou se colar à figura de Luiz Carlos Heinze (PP), o deputado federal mais votado no estado em 2014, que abriu mão da candidatura própria e aceitou a vaga ao Senado, depois que a senadora Ana Amélia Lemos (PP) entrou como vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), para disputar a presidência. 

Heinze relutou em abrir mão da candidatura ao Executivo e não compareceu à convenção final do PSDB que oficializou Leite na disputa.