DANIEL CARVALHO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo tenta definir até o fim desta semana que projetos vai priorizar no Congresso já que o ano de 2018 é, na prática, mais curto por causa de um calendário de eventos que começa com a Copa do Mundo, em 14 de junho.
Auxiliares do presidente Michel Temer fizeram as contas e concluíram que o governo tem apenas 92 dias -ou 26 sessões- para dar seguimento a 21 medidas provisórias, 15 projetos da agenda econômica, além da pauta de segurança pública e saúde, prioridades do Legislativo.
“Tem que votar uma matéria e meia por dia. É impossível. Tem que casar a pauta da Casa com a pauta do governo. Precisa fazer reunião para priorizar o que é possível”, disse o líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE).
A Copa do Mundo acaba somente em 15 de julho. Antes disso, durante o campeonato de futebol, há as festas juninas, que tradicionalmente esvaziam o Congresso. Depois disso, o calendário eleitoral já estará aquecido.
Na lista de prioridades, há projetos que não têm consenso no Legislativo. É o caso da privatização da Eletrobras, cuja comissão para discutir o assunto ainda não começou a trabalhar.
URGÊNCIA
Nesta semana, a previsão é que se vote apenas a urgência de alguns itens da pauta prioritária, apesar de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ter levantado a possibilidade de entrar no mérito da proposta de reoneração da folha de pagamento de alguns setores econômicos até quinta-feira (15).
Na segunda-feira (12), Temer reuniu líderes e vice-líderes no Palácio do Planalto para medir o apoio ao governo e ouvir sugestões.
Os parlamentares apresentaram propostas que foram de alterações no Código de Processo Penal ao fim do horário de verão.
Também há pressão de determinados setores para que o Congresso vote matérias que estão fora da já recheada lista da contabilidade do governo.
Nesta terça-feira (13), Maia almoçou com integrante da bancada ruralista e disse que deve levar ao plenário até o início de abril projeto de lei que altera as regras de licenciamento ambiental. Polêmica e sem consenso, a matéria encontra forte resistência de ambientalistas. 
Maia, que é pré-candidato à Presidência da República, pretende viajar pelo país de quinta a domingo para tentar se viabilizar na disputa.
Nesta semana, deve começar o périplo pelos estados da Paraíba, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A agenda ainda não está definida.