Pedro Ribas/SMCS

O prefeito Rafael Greca defendeu, nesta sexta-feira (15), em videoconferência promovida pela Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec) com secretários estaduais, a criação de um protocolo conjunto de regras para auxiliar os municípios a estabelecerem normas específicas para o combate da covid-19 e uma futura flexibilização do isolamento social, considerando o cenário da pandemia do novo coronavírus. “A Grande Curitiba é uma só e este protocolo conjunto deverá ser baseados em estudos científicos, nacionais e internacionais, além das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e das secretarias estadual e municipais”, reforçou Greca.

O prefeito também disse que o protocolo só poderá ser criado e implementado após rigorosa avaliação do cenário de saúde pública da região. A capital deve ter em breve aumento do número de testes de pessoas sintomáticas.

Greca disse ainda que uma das alternativas seria a adoção de modelo similar ao do “distanciamento controlado” criado pelo governo do Rio Grande do Sul, que prevê que as regras de isolamento social serão flexibilizadas ou endurecidas periodicamente, de acordo com o avanço do novo coronavírus e cada cidade. O estado gaúcho foi dividido em regiões e as medidas para cada uma delas têm como base a capacidade de atendimento do sistema de saúde e a velocidade de propagação do vírus. “Nossos técnicos estudam permanentemente as melhores soluções que possam ser implementadas por aqui”, justificou.

A proposta de Greca de criação de um protocolo conjunto foi aprovada e defendida por outros prefeitos da região. “Eu apoio a ideia do prefeito Rafael Greca, que é importante para barrar o avanço da doença em toda a região”, avaliou a prefeita de Colombo, Bete Pavin.

Presidente da Assomec, o prefeito de Fazenda Rio Grande, Marcio Wozniack, agradeceu a contribuição de Greca no encontro, ao propor o protocolo conjunto dos municípios da Grande Curitiba. “Só unidos podemos combater este vírus”, observou ele.

Os secretários estaduais Beto Preto (Saúde), João Carlos Ortega (Desenvolvimento Urbano) e Valdemar Bernardo Jorge (Planejamento) acompanharam a videoconferência, ao lado do presidente da Coordenação da Região Metropolitana (Comec), Gilson Santos.

Eles defenderam que medidas adotadas por Curitiba sejam estendidas para outras cidades da região, como marcação de distância nos terminais e o trabalho de orientação aos passageiros feito por fiscais da Urbs, pela Guarda Municipal e por militares do Exército.

Como funciona o distanciamento controlado proposto no Rio Grande do Sul

O modelo de distanciamento envolve duas dimensões: regional e setorial. Os dados desses dois segmentos são cruzados para definir o risco epidemiológico e o nível do distanciamento exigido em cada uma das 20 regiões e em cada um dos 12 grupos de atividades econômicas definidos.

O monitoramento será diário, mas a atualização da bandeira ocorre semanalmente e é disponibilizado em um site. 

Como o risco é calculado

Cada região será avaliada por meio de 11 indicadores consolidados em dois grandes grupos com pesos iguais na definição final:

• propagação (velocidade do avanço, estágio da evolução e incidência de novos casos sobre a população);
• capacidade de atendimento (capacidade de atendimento e mudança da capacidade de atendimento).

Conforme o grau de risco calculado com pesos diferenciados para cada indicador, as regiões recebem uma cor de bandeira.

De modo simplificado, as cores têm as seguintes indicações:

AMARELA – risco médio/baixo.
A região encontra-se com alta capacidade do sistema de saúde e baixa propagação da doença.

LARANJA – risco médio.
Significa que a região está com um dos dois cenários: média capacidade do sistema de saúde e baixa propagação do vírus ou alta capacidade do sistema de saúde e média propagação do vírus.

VERMELHA – risco alto.
A região encontra-se em um dos dois cenários: baixa capacidade do sistema de saúde e média propagação do vírus ou média/alta capacidade do sistema de saúde, porém alta propagação do vírus.

PRETA – risco altíssimo.
Região encontra-se com baixa capacidade do sistema de saúde e alta propagação do vírus.

Coronavírus na RMC – O novo coronavírus já circula por quase todos os municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Um levantamento feito pelo Bem Paraná com base nos dados divulgados diariamente pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) mostra que 23 dos 29 municípios que compõem a RMC, o equivalente a 79,3% do total, já confirmaram casos de Covid-19, com a doença apresentando incidência de 23,47 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.