Divulgação/Vigília Lula Livre – Terreno em frente u00e0 PF

Militantes da vigília que apoia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva alugaram nesta semana um terreno na esquina da Superintendência da Polícia Federal, no Bairro Santa Cândida em Curitiba. Até então impedidos de ultrapassar um raio de uma a duas quadras do prédio onde Lula está preso há 101 dias, os militantes agora pretendem ficar a menos de 10 metros do portão principal da PF, na Rua Professor Sandália Monzon.
De acordo com a coordenação do espaço, a ação é uma forma de cumprir os acordos com as autoridades, respeitando o interdito proibitório, a comunidade local e, por tratar-se de área privada, a liberdade de ir e vir dos integrantes do movimento. O grupo pretende com a instalação das tendas no novo terreno ter maior proximidade com o ex-presidente Lula.
A Policia Militar (PM), que faz controle da circulação de pessoas no entorno, afirma que vai passar a permitir a entrada de pessoas no terreno local, “como qualquer morador”. Na tarde de ontem, os coordenadores do movimento, dirigentes do PT e de movimentos de apoio participaram de uma audiência de conciliação com representantes da Prefeitura de Curitiba e moradores da região no Tribunal de Justiça (TJ-PR).
Dessa reunião, saiu um acordo que deve pacificar as diversas ações judiciais contra manifestações na região. Ficou acordado que os militantes pró-Lula poderão realizar durante os dias de semana os atos chamados “Bom Dia Lula”, entre 9 horas e 9h30, e “Boa Noite Lula”, entre 17 horas e 17h30, nas terças, quartas e quintas-feiras. Nas segundas e sextas-feiras o ato “Boa Noite Lula” será mais longo, das 17h às 19 horas. Os coordenadores do movimento, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do PT se comprometeram a realizar os atos somente de segunda a sexta-feira e a comunicar os demais movimentos de apoiadores. Também não devem usar fogos de artifício e aparelhos de som. O acordo não menciona a locação do terreno particular na Rua Professor Sandália Monzon, dentro da área isolada pela PF. A assessoria da vigília afirma que a PM deve permitir o “direito de ir e vir entre as propriedades privadas alugadas”. 
Palco – A presidente da CUT-Paraná e da Frente Brasil Popular Paraná, Regina Cruz, afirma que a locação do terreno servirá como palco para os atos em apoio a Lula. “Não estamos ocupando, não estamos invadindo, estamos alugando um terreno. Uma organização para que, a partir de agora, nossas reuniões, encontros, o ‘bom dia e boa tarde, presidente Lula’ sejam feitos daqui. Seguindo em apoio, estando de forma pacifica, como foi ao longo desse tempo, desde que está como preso político”, explicou Regina Cruz. 
Eduardo Godoy, advogado da Vigília, defende que não existe irregularidade na ação. “O direito de livre acesso a uma área privada não pode ser cerceado por qualquer ação policial, a não ser que haja alguma infração legal, mas aqui não há nenhuma”, disse ao Brasil de Fato.
O Acampamento Marisa Letícia, que abriga militantes de movimentos sociais durante a noite, deve ser mantido no terreno alugado na Rua Padre João Sulinski, número 278, a cerca de um quilômetro do prédio da PF. O terreno ao lado da PF servirá apenas para a vigília, os militantes não devem dormir lá.