O Hertha Berlin se pronunciou nesta terça-feira para condenar o racismo sofrido pelo jogador Jessic Ngankam, que atua pelo time sub-23 do clube alemão e foi vítima de ofensas racistas de torcedores do Lokomotive Leipzig na última sexta-feira, em duelo válido pela quarta divisão nacional.

“Condenamos o incidente da última sexta-feira, durante o qual nosso jogador Jessic Ngankam enfrentou hostilidade racista durante o jogo contra o Lok Leipzig. Como grupo, estamos apoiando Jessic”, informou o clube alemão por meio de seu perfil no Twitter. A agremiação também afirmou que o ato racista foi reportado no relatório da partida e uma investigação preliminar foi iniciada pela liga que organiza o campeonato.

Paul Keuter, membro do conselho executivo da Hertha, diz que o clube deveria ter reagido mais cedo aos supostos abusos racistas. No entanto, disse que “ninguém deve duvidar do nosso compromisso contra o racismo”.

Jordan Torunarigha, jogador do Hertha, escreveu no Twitter que o Hertha é “100% contra o racismo” e minimizou o fato de o clube se pronunciar cinco dias depois do episódio.

Ngankam, de 19 anos, que é camaronês naturalizado alemão, disse à emissora MDR que foi alvo de cânticos racistas por alguns torcedores do Lokomotive Leipzig presentes no setor de visitantes e que ele foi chamado de “macaco” por um jogador adversário.

“É claro que você é treinado para não reagir ou demonstrar emoção. Mas ainda me atinge”, disse Ngankam, na ocasião. “Infelizmente, os insultos são uma ocorrência cotidiana no futebol, e eu posso suportá-los. Mas o abuso racista é proibido”, completou.

O Lokomotive Leipzig também se manifestou a respeito do caso. O clube criticou a injúria racial sofrida por Ngankam e lembrou aos seus fãs que possui jogadores no elenco com raízes em 32 países diferentes.

“Apenas duas cores nos interessam: azul e amarelo”, declarou o Lokomotive, em referência às cores da instituição. “O racismo não tem lugar entre nós e todos sabem disso! Se ainda existem pessoas que se autodenominam fãs azul-amarelas e não conseguem compreender isso, deve ficar claro que Probstheida (distrito de Leipzig) não é lugar para elas”, afirmou.