O Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG) de Curitiba, lançou na quinta-feira (7), um novo vídeo que está emocionando as redes sociais. Trata-se de uma campanha para divulgação da importância da doação de órgãos, inspirada na história real da ex-paciente transplantada de fígado do HNSG, Daphne Fleming que teve que passar pelo transplante após ingerir um medicamento que comprometeu o seu fígado.

O vídeo também conta com a participação de outra protagonista da história, a sua cachorrinha da raça Golden Retriever, que se chama Vida. Eu só soube de tudo que aconteceu comigo quando acordei. E foi quando ganhei a vida novamente, que a Vida chegou, lembra a paciente Daphne. O objetivo da campanha é mostrar que a doação de órgãos salva vidas, e ressaltar a importância de falar com a família sobre o tema.

Confira o vídeo:

 

Baixo número de doadores 

De acordo com o cirurgião e chefe do serviço de transplante hepático do HNSG, Dr. Eduardo Ramos, o número baixo de doadores é fruto da falta de informação da população. Quando há um paciente com morte cerebral na UTI, muitas vezes os familiares não fazem a doação dos órgãos por acreditarem que possa ter chance de recuperação, por questões religiosas, preconceito ou incerteza sobre a aprovação do paciente, conta o médico. O especialista explica que quando acontece a morte cerebral, o paciente não tem chance de recuperação. Informar a família sobre o desejo de doar os órgãos é a ação mais importante para quem quer ajudar quem precisa. Se a família souber da vontade do paciente há grande chance de aceitar a doação”, esclarece.

Transplantes no Paraná

De acordo com a Central de Transplantes do Estado, 210 transplantes de fígadoforam realizados no Paraná até outubro deste ano – sendo 18, realizados pelo Serviço de Transplante Hepático do HNSG, que ultrapassou neste ano a marca de mais de130transplantes realizados no Hospital. “Os resultados demonstram uma sobrevida de 80% dos pacientes transplantados, um índice equiparado a padrões internacionais”, comemora o cirurgião geral do Graças, Dr. Eduardo Ramos.

De acordo com o cirurgião as principais causas para o transplante de fígado são a cirrose, complicações decorrentes de uso de álcool e doenças graves como hepatite C e B. A ordem da fila de espera é definida pela gravidade da doença – quanto mais grave, mais cedo o paciente deverá receber o órgão. No caso do transplante hepático, os pacientes com hepatite fulminante têm prioridade, explica o cirurgião.

Critérios para a doação

Os critérios para ser doador são: não apresentar doença maligna ou infecção generalizada, não ter doença transmissível ou ser usuário de drogas. Para que o procedimento seja realizado, doador e receptor devem ter o mesmo tipo sanguíneo e o tamanho do órgão deve ser compatível. O transplante pode ser realizado de duas formas: em intervivos, quando retira-se uma parcela do fígado de um doador vivo, ou cadavérico, quando o fígado vem inteiro de um doador com morte encefálica. Normalmente preferimos o cadavérico, mas com a falta de órgão acabamos muitas vezes tendo que realizar o transplante com doadores vivos, e geralmente parentes, destaca o chefe do Serviço de Transplante Hepático do HNSG, Júlio Coelho.