Apesar da alta de 0,8% registrada pela indústria em agosto ante julho, apenas 10 das 26 atividades pesquisadas tiveram aumento de produção, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Esse crescimento na indústria em agosto está concentrado em poucas atividades”, apontou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, lembrando ainda que a alta na produção industrial se dá sobre uma base de comparação mais baixa, uma perda acumulada de 0,9% nos três meses anteriores de quedas. “A indústria permanece negativa nas demais comparações”, acrescentou o pesquisador.

Em agosto, a principal influência positiva foi do crescimento de 6,6% das indústrias extrativas, quarta taxa positiva consecutiva, acumulando um ganho de 25,2% no período.

A atividade vinha de três meses anteriores de quedas na produção, de fevereiro a abril, quando acumulou uma redução de 24,2%.

Em agosto ante julho, houve aumento na produção tanto de minério de ferro quanto de petróleo, apontou Macedo.

“Em minério, teve a volta de unidades produtivas que estavam paradas por conta do maior rigor após o acidente de Brumadinho (rompimento da barragem da Vale em janeiro deste ano). E no petróleo, houve a retomada de unidades que estavam paradas para manutenção”, explicou o pesquisador do IBGE.

Apesar de avanços recentes, o setor extrativo ainda opera 5% abaixo do patamar de janeiro, mês marcado pela tragédia do rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho, em Minas Gerais, completou Macedo.

Na passagem de julho para agosto, outros impactos positivos relevantes foram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,6%) e de produtos alimentícios (2,0%).

Na direção oposta, entre os 16 setores que reduziram a produção em agosto ante julho, o maior impacto negativo foi de veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,0%), seguido por confecção de artigos do vestuário e acessórios (-7,4%), máquinas e equipamentos (-2,7%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,9%).

A menor fabricação de automóveis pressionou negativamente a atividade de veículos automotores e o desempenho da categoria de bens de consumo duráveis (-1,8%) em agosto, lembrou Macedo.