Tânia Rêgo/Agência Brasil – Enterro do goleiro Christian Esmério

O Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro concluiu ontem a identificação dos corpos das dez vítimas do incêndio no Ninho do Urubu, centro de treinamentos do Flamengo, ocorrido na sexta-feira. Os últimos corpos a serem identificados foram os de Samuel Thomas Rosa e Jorge Eduardo, ambos de 15 anos, por processo de antropologia forense, ou seja, a partir da biologia do esqueleto.
Cinco das dez vítimas do incêndio foram sepultadas até a tarde de ontem.As primeiras vítimas a serem enterradas foram os zagueiros Arthur Vinicius e Pablo Henrique, ambos de 14 anos. No sábado, Arthur foi sepultado em Volta Redonda (RJ), onde vive sua família. No mesmo dia, Pablo foi enterrado em Oliveira (MG), cidade natal do atleta, no Cemitério Municipal São Miguel.
A identificação foi possível a partir de informações fornecidas pelo clube sobre a estrutura física dos jogadores, dados esses que foram fundamentais para o estudo comparativo e a conclusão. Os corpos permanecem no IML aguardando retirada pelos familiares.
Ontem foram sepultados os goleiros Christian Esmério, 15 anos, no cemitério do Irajá, na zona norte do Rio, e Bernardo Pisetta, na cidade catarinense de Indaial. O corpo de Bernardo chegou ao aeroporto de Navegantes por volta das 20h30min de sábado. O velório foi realizado na Câmara de Vereadores de Indaial e teve início na madrugada deste domingo. O sepultamento ocorreu às 12h15min, no cemitério municipal.
O quinto jogador sepultado foi Vitor Isaías, 15 anos. Ele foi velado no ginásio Carlos Alberto Campos, no Estreito, em Florianópolis, que fica próximo ao estádio Orlando Scarpelli, no período da manhã. Ele foi enterrado no cemitério municipal de Biguaçu, na Grande Florianópolis, ontem.
Investigação – A Polícia Civil do Rio vai convocar para depoimentos representantes da empresa que forneceu os módulos para o centro de treinamento do Flamengo para obter maiores informações sobre o material com que as instalações foram feitas. Os módulos habitacionais forma fornecidos pela empresa NHJ, com sede no Rio. Segundo o site da companhia, são montados com painéis de chapa de aço com núcleo de poliuretano injetado.
Altamente inflamável, o poliuretano foi apontado como um dos fatores que agravou o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que deixou 242 mortos em 2013. Naquele caso, porém, o material estava exposto, usado como revestimento acústico nas paredes.