PRF-PR

Em Guaíra, no oeste do Paraná, já a fronteira do Brasil com o Paraguai, a 642 quilômetros de Curitiba, cerca de 300 índios interditaram a ponte Ayrton Senna, na divisa do estado com o  Mato Grosso do Sul. Segundo as informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF-PR), a BR-163 foi totalmente liberada por volta das 12h10, após diálogo dos indígenas com representantes do Ministério Público Federal e o prefeito da cidade. Ainda conforme a PRF-PR, eles protestam contra a municipalização dos serviços de saúde indígena. 

A ponte ficou interditada durante praticamente toda a manhã. 

 

No último dia 20, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou mudanças na estrutura da pasta que impactam diretamente as diversas etnias espalhadas pelo país.

A proposta que prevê a extinção da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que passaria a atuar como um departamento, incorporando os serviços destinados às aldeias a uma nova Secretaria Nacional da Atenção Primária.

Mudanças são criticadas

A mudança tem sido criticada pelos povos indígenas. Em fevereiro, representantes das etnias Tapirapé e Carajá – que vivem na região da Ilha do Bananal e do Rio Araguaia, em Mato Grosso e Tocantins, – se reuniram com o subprocurador-geral da República Antônio Carlos Bigonha, a coordenadoria da Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do MPF (6CCR) e parlamentares ligados à Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.
 
No encontro, relataram o sentimento de ameaça diante da proposta de municipalização da saúde, excluindo o atendimento pelos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, que até então era feito a partir de profissionais e recursos específicos.