Na esteira da elevação de exportações provocada pela maior demanda da China, atingida pela peste suína africana (PSA), a inflação das carnes foi o principal fator de pressão sobre a alta de 0,91% em novembro no Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede os preços dos produtos industriais na porta de fábrica e foi divulgado nesta quarta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A alta de alimentos (3,48%), que puxou o IPP de novembro, foi a maior desde setembro de 2015 (5,47%). Com isso, os alimentos responderam, sozinhos, por 0,79 ponto porcentual (p.p.) da alta de 0,91% do índice em novembro. No ano, os alimentos acumularam alta de 7,67% até novembro no IPP.

“Uma parte muito grande do avanço foi devido às carnes”, disse Manuel Neto, gerente do IPP do IBGE.

Os preços das carnes bovinas, suínas e aves foram pressionados pelo estímulo às exportações desses produtos ao longo de 2019, por conta dos problemas de abastecimento interno na China, causados pela PSA, e a depreciação do real. O câmbio faz diferença porque os preços das carnes têm cotação internacional.

Segundo Neto, a inflação das carnes no IPP foi concentrada em outubro e novembro. Apenas em novembro, o grupo “carnes” avançou 7,1%, acumulando um salto de 15,99% em 2019 até o mês. O acumulado do ano estava em apenas 3,29% até setembro, saltando para 8,27% em outubro, até atingir os 15,99% de novembro.

Conforme o pesquisador do IBGE, no grupo das carnes dentro do IPP, os itens de maior alta em novembro foram “carne bovina fresca ou refrigerada”, “carne bovina congelada” e “carne e miudezas de aves congeladas”.