Rovena Rosa/Agência Brasil

Em julho, Curitiba teve a segunda maior queda do índice geral de preços, com recuo de 1,41%, registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) nas capitais brasileira. Apenas Goiânia apresentou recuo maior com queda de 2,12%. No Brasil, o IPCA também apresentou queda de 0,68%.

A taxa em 12 meses passou de 11,89% em junho para 10,07% em julho no Brasil. Em Curitiba, a taxa ficou em 10,86% e no ano, ficou em 4,67%. O Grupo Alimentação, em Curitiba teve alta de, 1,26% em julho, frente a junho, e no ano, de 10, 33%. Desde janeiro, comer em casa está 12,92% mais caro, puxada principalmente pela farinha de trigo (27, 11%), batata-inglesa (37m 46%) e cebola (50,64%).

Em julho, o recuo foi por conta da queda de preços verificado nos grupo combustível e energia com -8,22%. Puxados por energia elétrica (-11,86%), transportes (-4,91%), combustível (-15,56%) – gasolina (-17,17% e etanol -11, 91%). Todos estes itens foram contemplados pelos projetos de redução das alíquotas do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrados pelos governos estaduais.

No Brasil, o acumulado em 12 meses está no patamar de dois dígitos há 11 meses consecutivos. A última vez que a inflação ficou tanto tempo em dois dígitos foi entre novembro de 2002 e novembro de 2003. A meta de inflação para este ano perseguida pelo Banco Central é de 3,5%, que tem teto de tolerância de 5%.

Os gastos das famílias com transportes passaram de um avanço de 0,57% em junho para uma redução de 4,51% em julho, um impacto de -1,00 ponto porcentual sobre a taxa de -0,68% registrada pelo IPCA no último mês.

A queda foi puxada pela redução de 14,15% no preço dos combustíveis. A gasolina caiu 15,48%, o impacto negativo mais intenso entre os 377 subitens que compõem IPCA, com -1,04 ponto porcentual, enquanto o etanol recuou 11,38%, uma contribuição de -0,10 ponto porcentual. O preço do gás veicular diminuiu 5,67%, mas o óleo diesel subiu 4,59%.

Ainda em Transportes, as passagens aéreas tiveram uma alta de 8,02%. O ônibus urbano subiu 0,18%, consequência de reajuste em Salvador (2,30%). Os veículos próprios aumentaram 0,65%, com altas de preços dos automóveis novos (0,11%) e das motocicletas (0,65%), enquanto os automóveis usados tiveram queda de 0,21%.

Alimentação e bebidas

O grupo Alimentação e bebidas saiu de um aumento de 0,80% em junho para uma elevação de 1,30% em julho, dentro do IPCA. O grupo contribuiu com 0,28 ponto porcentual para a taxa de -0,68% do IPCA do último mês.

A alimentação no domicílio aumentou 1,47% em julho. A maior pressão partiu do leite longa vida (25,46%), cujos preços já haviam subido 10,72% no mês anterior. O item impactou a inflação em 0,22 ponto porcentual, maior contribuição positiva para o IPCA de julho.

Os preços de alguns derivados do leite também subiram, como o queijo (5,28%), manteiga (5,75%) e leite condensado (6,66%). Outro destaque foram as frutas, com alta de 4,40% e impacto de 0,04 ponto porcentual.

Por outro lado, os maiores recuos de preços ocorreram no tomate (-23,68%), batata-inglesa (-16,62%) e cenoura (-15,34%), que contribuíram conjuntamente com -0,12 ponto porcentual.

A alimentação fora do domicílio subiu 0,82% em julho, com altas no lanche (1,32%) e na refeição fora de casa (0,53%).

Habitação

As famílias brasileiras gastaram 1,05% a menos com habitação em julho, uma contribuição de -0,16 ponto porcentual para a taxa de -0,68% registrada pelo IPCA no mês. A energia elétrica recuou 5,78%, com impacto de -0,24 ponto porcentual no índice de julho.

“Após a sanção da Lei Complementar 194/22, vários Estados reduziram a alíquota de ICMS cobrada sobre os serviços de energia elétrica. Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou as Revisões Tarifárias Extraordinárias de 10 distribuidoras espalhadas pelo país, reduzindo as tarifas a partir de 13 de julho”, justificou o IBGE, em nota.

A variação da conta de luz em julho foi desde uma queda de 17,00% em Vitória – onde o ICMS foi reduzido de 25% para 17% e houve retirada da incidência sobre os serviços de transmissão e distribuição – até um aumento de 0,37% em São Paulo, onde foi aplicado um reajuste de 10,43% nas tarifas de uma das concessionárias pesquisadas, em vigor desde 4 de julho.

Ainda em Habitação, a taxa de água e esgoto subiu 0,96%, devido a reajustes em Porto Alegre e Campo Grande.