SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro, a estatal Infraero vai ser fechada, disse nesta segunda-feira (21) Ronei Glanzmann, novo secretário de aviação civil do governo.


O encerramento deve ocorrer após a concessão de todos os aeroportos da estatal, ao final da sexta e da sétima rodadas de leilões previstas para 2021, que inclui os aeroportos de Congonhas e Santos Dumont.


Segundo o novo chefe da SAC (Secretaria de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura), as participações de 49% que a estatal detém ainda em alguns aeroportos também serão repassadas.


“O assunto extinção da Infraero e seus funcionários será conduzido pelo governo federal com a máxima responsabilidade. Estamos lidando com 10 mil famílias e ninguém vai ser louco de sair demitindo todo mundo a toque de caixa”, disse.


As duas últimas rodadas, (sexta e sétima) têm investimentos estimados em R$ 8,8 bilhões. A quinta deve ocorrer nos próximos meses.


A sexta rodada de concessões terá mais três blocos, encabeçados pelo aeroporto de Curitiba (bloco do Sul), pelo aeroporto de Goiânia (bloco centra) e pelo de Manaus (bloco amazônico).


A previsão é que aconteçam em meados de 2020.


Em seguida, o processo de concessão da sétima rodada, com os blocos de Congonhas, em São Paulo, e o bloco do Rio de Janeiro, liderado por Santos Dumont, e um segundo bloco amazônico, liderado por Belém.


Glanzmann contesta a avaliação do mercado de que Congonhas é o melhor do pacote.


“Engana-se quem acha que Congonhas é a joia da coroa, que é uma vaca leiteira e que vão chegar e só fazer dinheiro ali. Não. Tem muito capex [investimento] a ser feito e todas as questões de segurança serão contempladas na modelagem”, disse.


O bloco de São Paulo envolverá capex de R$ 2,4 bilhões, considerado pesado por Glanzmann. Ele justifica que Congonhas tem hoje “uma série de não conformidades com as normas internacionais, muito caras de serem resolvidas”. E cita como possíveis mudanças uma nova pista, a ser estudada.


Glanzmann falou também sobre o destino de Viracopos (Campinas), que está em recuperação judicial e tem processo de caducidade na Anac (agência reguladora do setor).


Antes do final do mês, o governo vai publicar um chamamento para estudos de viabilidade para a nova concessão de Viracopos, segundo ele.