Divulgação/John Obermeyer/Purdue

Pesquisadores da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, alertam que a barata da espécie Blatella germanica L. (Barata alemã) está cada vez mais difícil de controlar. Em estudo publicado originalmente na revista “Scientific Reports”, da Nature, os cientistas afirmam que o inseto vem desenvolvendo resistência a uma variedade de inseticidas. Isso faz com que agentes químicos usuais não sejam suficientes para conter essa praga urbana.

Segundo a pesquisa, a evolução das baratas faz com que elas desenvolvam uma resistência cruzada aos inseticidas mais potentes do mercado. Esse tipo de resistência vem sendo estudado por cientistas de todo o mundo desde a década de 1950.

Assim, os mais fortes se reproduzem e a espécie “adquire”, com o passar do tempo, novas características, resistentes a ameaças mais comuns. Por isso se diz que as baratas “desenvolvem resistência” a inseticidas.

Na verdade, os inseticidas selecionam os indivíduos mais fortes da espécie.

O experimento dos entomologistas, liderado pelo professor Michael Scharf, consistia em fazer um rodízio de diferentes inseticidas para observar como atuavam em áreas infestadas pelas baratas. Em todas, foi observado um aumento ou manutenção da população. O estudo observa que, mesmo quando uma população de baratas é controlada por um primeiro inseticida, as seguintes gerações podem desenvolver resistência cruzada aos compostos químicos e aumentar exponencialmente dentro de meses.

As fêmeas da barata alemã têm ciclos reprodutivos de apenas três meses, e podem botar ovos até 50 vezes em suas vidas.

Os pesquisadores reconhecem que o uso de venenos é essencial para o controle da população de baratas em áreas urbanas, mas recomendam o uso de armadilhas mais avançadas.

“As baratas estão desenvolvendo resistência a múltiplas classes de inseticidas de uma só vez, e isso faz com que o controle da praga somente com produtos químicos seja quase impossível”, diz Scharf, em comunicado divulgado em 25 de junho.

Além de despertar nojo, as baratas representam um risco real para a saúde humana. Elas podem provocar asma e rinite, além de servir de vetor para bactérias como a E. Coli e a Salmonella.