Marcelo Camargo/Agência Brasil

Entre os meses de dezembro e janeiro, quando costumam acontecer as festas de final e começo de novo ano, os casos de pessoas com aprofundamento de quadros depressivos podem aumentar. Isso acontece porque, geralmente, essas datas são relacionadas a memórias do passado, figuras, reuniões familiares, lutos ou feridas psicológicas e dolorosas que se tornam mais latentes nesta época.

Algumas pessoas que já são mais vulneráveis para o desenvolvimento da depressão, a partir dos gatilhos como os descritos acima, podem vivenciar ou exacerbar uma crise depressiva. E com o advento de o mundo estar vivendo uma pandemia que força o isolamento social, o final do ano de 2020 deve requerer uma atenção ainda mais próxima, como avalia a Psicóloga, Doutora em Psicologia, Professora e Coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário Cesuca — instituição que integra a Cruzeiro do Sul Educacional, Paola Vargas Barbosa.

“Nesse ano conturbado é preciso respeitar os familiares e amigos que decidirão não participar das festividades por uma necessidade ou preocupação em manter o distanciamento e não se colocar em risco. Também precisamos respeitar essas decisões e evitar maiores pressões. Achar alternativas para envolvê-los na festa, como uma videochamada, pode ser uma opção de aproximar essas pessoas, respeitando as escolhas de segurança e saúde de cada um”, explica a Professora Paola.

Em casos onde já é possível suspeitar de indícios depressivos, a Professora do Cesuca recomenda a ajuda profissional. Dessa maneira, segundo ela, é possível entender por que esse momento do ano piora as coisas para aquele indivíduo, ou ter o apoio adequado para “dar conta” de um momento difícil.

A especialista lembra, ainda, que a questão da pandemia de Covid-19 traz não só isolamento social, como pode gerar lembranças negativas, já que muitas famílias perderam entes queridos para a doença. Nesses casos, a Professora Paola recomenda a união e a conversa entre família como forma de amenizar os sentimentos ruins.

“Infelizmente não é possível apagar fatos ou se desconectar do que está acontecendo no mundo. Falar sobre a Covid, por exemplo, pode ser chato, mas também seguro, já que ignorar algo tão relevante como uma pandemia mundial pode nos colocar em maior risco de contaminação e de novo aumento de infectados e mortes”, diz a especialista.

Confira abaixo outras dicas para reunir a família no fim de ano com maior segurança e precaução a fim de amenizar riscos de contaminação pelo coronavírus:

Realize a atividade em grupos menores;
Priorize a realização das atividades em áreas abertas e ventiladas;
Torne o uso do álcool em gel uma brincadeira interessante;
Evite compartilhar alimentos (busque pratos prontos e evite potes únicos);
Mantenha tudo bem higienizado;
Dê atenção especial para os idosos e pessoas em situação de risco.