SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com a deterioração da violência na faixa de Gaza nos últimos dias, o Exército de Israel e a facção palestina Hamas têm utilizado as redes sociais para narrar os acontecimentos e trocar acusações.

Nesta terça-feira (13), Israel voltou a bombardear alvos na faixa de Gaza, enquanto o Hamas, grupo islamita que controla o território, disparou centenas de foguetes contra cidades israelenses –o conflito começou no domingo (11), após uma operação secreta do Exército israelense matar sete combatentes do Hamas; um tenente-coronel israelense também morreu na ação.

A troca de hostilidades na região é a maior desde 2014, quando uma guerra de 50 dias entre Hamas e Israel deixou mais de 2.000 mortos, a maioria civis do lado palestino.

No Twitter, a conta oficial em inglês das Forças de Defesa de Israel divulga alertas em tempo real sobre os ataques de foguetes contra cidades no sul do país. Além disso, o perfil publica vídeos e infográficos sobre os efeitos dos ataques do Hamas, além de informar sobre bombardeios contra alvos palestinos na faixa de Gaza.

“Em resposta às centenas de foguetes disparados indiscriminadamente de Gaza contra Israel, nossos jatos têm atacado alvos terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica Palestina em Gaza. O Hamas arcará com as consequências de suas ações”, diz um tuíte publicado na segunda-feira (12).

O Exército israelense também usa o Facebook para transmitir vídeos ao vivo com pronunciamentos de comandantes militares, além de fotos de soldados em treinamento.

Bem menos ativo, o perfil do Hamas no Twitter publica imagens das explosões provocadas por bombardeios israelenses, além de divulgar comunicados à imprensa. O Twitter suspendeu por tempo indefinido perfis ligados às Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas –as páginas concentravam a difusão de propaganda contra Israel.

Em um tuíte na segunda-feira sobre o recente bombardeio israelense contra a sede de uma emissora de TV em Gaza, o Hamas acusou Israel de ter uma “mentalidade assassina” e de cometer “violações repugnantes contra o povo palestino”.

ANTECEDENTES

O uso das redes sociais em períodos de enfrentamento na faixa de Gaza não é uma novidade. Durante a guerra de 2014, Israel e Hamas investiram na divulgação de imagens, charges e memes no Twitter para mobilizar a opinião pública internacional a respeito dos confrontos.

Até agora, a escalada das hostilidades em Gaza não parece indicar a deflagração de uma nova invasão em grande escala do Exército israelense no território palestino. A ONU (Organização das Nações Unidas) e o governo do Egito vêm pressionando ambos os lados por um cessar-fogo.

Uma nova guerra poderia prejudicar os esforços do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, de aproximação com as monarquias árabes do golfo Pérsico –no domingo, o premiê afirmou que uma guerra em Gaza seria “desnecessária”.

A faixa de Gaza concentra cerca de 2 milhões de palestinos, dos quais 70% são refugiados –há anos, a população enfrenta uma crise humanitária aguda. O território é dominado pelo Hamas, mas Israel controla o fornecimento de alimentos, eletricidade e materiais de construção.