Divulgação/Kraw Penas/SECC – Luiz Urban e o livro ‘Mosaicos’

Após três anos e meio estudando desenho no Centro Juvenil de Artes Plásticas (CJAP), Luiza Urban estava certa do caminho a seguir: a graduação em Artes Visuais. Hoje com 21 anos e prestes a se formar em Licenciatura na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP), lança no próximo sábado, dia 31 de agosto, o primeiro livro ilustrado por ela na Agenda Arte e Livro, às 16h. “Mosaicos” reúne 120 contos de Zélia Brandão, mãe de Luiza, escritos para a filha quando ainda era pequena.

A técnica escolhida por Luiza para a elaboração dos 15 desenhos presentes na publicação foi o pontilhismo, aprendido ainda no CJAP e aprimorado ao longo dos anos. “O curioso é que essa técnica foi surgindo em desenhos que eu fazia como passatempo, mas se encaixou nesse livro que é em preto e branco. A luz e sombra ficam perfeitas e a técnica possibilitou todas essas nuances. Coube como uma luva para o livro”, comenta e completa: “Estudar no centro juvenil foi ótimo porque a base foi fantástica”.

Assim como Luiza, outras duas jovens ilustradoras com trajetórias no CJAP assinam desenhos em publicações recentes. Gabriele da Rosa de Oliveira foi a primeira das três a ter sua obra publicada em um livro lançado em 2017. Já Camila Murakami está contando os dias para o lançamento do livro que contém suas ilustrações, previsto para outubro desse ano.

Por acaso
A escritora Noilves Araldi passeava pelo centro histórico de Curitiba quando notou o letreiro do Centro Juvenil de Artes Plásticas na parede do prédio. Resolveu entrar para conhecer. A visita coincidiu com uma das turmas de Desenho da professora Lurdinha Paglia. Entre os jovens desenhistas daquele dia estava Grabriele. Noilves, que se encantou com seus desenhos e fez o convite que pegou a todos de surpresa: ilustrar um livro de contos infantis escrito para seus netos. A jovem aceitou o desafio e, orientada pela professora Lurdinha, criou os desenhos do livro “Historinhas da vovó Nô”.

Hoje com 16 anos, Gabriele relembra como foi a experiência. “Quando eu descobri que teria a oportunidade de ilustrar um livro, pensei que fosse a melhor coisa que aconteceria em toda minha vida. Não soube nem como lidar com essa notícia.” Junto com a euforia veio também a ansiedade. Todo o processo de criação dos desenhos foi durante a madrugada, porque a estudante tinha dificuldades para dormir.

Apesar da insegurança aliada a uma fase difícil em sua vida pessoal, Gabriele relata que “foi algo simplesmente incrível. Um trabalho bem divertido em que tive total liberdade para criar meus desenhos.”

Caçula
A mais nova da turma a conquistar seu espaço em uma publicação impressa é Camila Murakami, de apenas 14 anos, que também colaborou com desenhos para a escritora Noilves Araldi para o livro infantil: “O coelho e sua família encantada”, ainda em fase de produção. Dessa vez, conta Lurdinha, estavam mais preparados. “Depois do que aconteceu a Gabriele, resolvemos montar um portfólio com desenhos dos alunos caso surgisse outro pedido semelhante. E acabou que a Noilves voltou a nos procurar junto com sua editora para esse segundo livro. Mostramos os desenhos a ela, que logo se identificou com os traços da Camila.”

Foram aproximadamente dois meses na produção de dez folhas de desenhos em aquarela, que vão compor o livro. Todo o processo foi orientado por Lurdinha. Apesar de muito nova, Camila também deseja uma formação dentro da área de criação e sua ideia é cursar Design Gráfico.

Incentivo
A estudante Luiza conta que, quando fazia aulas no CJAP, sempre foi muito motivada pela professora Lurdinha com quem mantém contato até hoje. “Ela foi essencial porque sempre nos incentivou.” Com 25 anos de docência na instituição, Lurdinha revela: “Eu não sei fazer outra coisa e amo o que eu faço. Eu gosto muito de trabalhar com alunos nessa faixa etária, me sinto viva. E a gente nunca sabe de tudo, está sempre aprendendo, principalmente em relação às novas tecnologias”.

“Eu amo o CJAP porque as professoras de lá me dão total apoio para seguir nessa área. Me sinto muito motivada quando estou lá e acabo tendo mais inspiração para criar minhas artes quando estou lá”, confessa Gabriele, que só não está matriculada atualmente porque suas aulas no colégio são em tempo integral, mas é incisiva: “Ano que vem vou voltar a fazer aulas no CJAP”. E, se depender de Lurdinha, será outra aluna com uma vantagem para o vestibular e para a graduação, com conhecimento de técnicas de desenho essenciais aos cursos desejados: Design Gráfico ou Artes Visuais.

O curso de Arquitetura e Urbanismo é outra escolha recorrente entre os alunos, que relatam bom desempenho nas provas práticas por causa da habilidade desenvolvida nos cursos do CJAP.

Há 65 anos
Primeira escola de artes para crianças e adolescentes do Brasil, o Centro Juvenil de Artes Plásticas foi aberto em 1953 após esforços do pintor Guido Viaro, que sempre se dedicou a arte-educação. Viaro acreditava que o acesso à arte deveria ser um direito de toda a comunidade.

E ainda há vagas abertas para oficinas do segundo semestre de 2019. Para realizar a inscrição, o responsável pela criança ou adolescente precisa ir pessoalmente à secretaria do CJAP (Rua Mateus Leme, 56), levando fotocópia de certidão de nascimento ou carteira de identidade do aluno e uma foto 3×4.

Centro Juvenil de Artes Plásticas
Rua Mateus Leme, 56, São Francisco. Curitiba/PR
Aberto de segunda a sexta-feira das 8h30 às 11h30 e das 14h às 17h.
www.cjap.seec.pr.gov.br