SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A briga na Justiça pela transferência da Ursa Marsha chegou ao fim: depois de anos vivendo no Parque Zoobotânico de Teresina, sob o calor da cidade (que chega aos 40º C) e alimentando-se com comida de cachorro, segundo órgãos de defesa dos animais e organizações da sociedade civil, o animal será finalmente transferido para um local adequado.

Marsha ficou conhecida na internet como a “ursa mais triste do mundo”, e levantou um debate sobre o aprisionamento de animais. Antes do zoológico, ela passou por maus-tratos em um circo por cerca de 20 anos, vivendo em uma jaula minúscula e sendo forçada a fazer truques em troca de comida, segundo declaração da ativista Luiza Mell. 

“Ela tem pelos preparados para enfrentar o frio severo destes países [Canadá e o norte dos Estados Unidos]. Mas atualmente Marsha enlouquece sob o calor escaldante de Teresina, Piauí. Presa no Parque Zoobotanico, sofre com o calor típico da região e já apresenta sinais de stress profundo”, escreveu Mell em postagem no seu Facebook.

Em novembro de 2017, o juiz Frederico Botelho de Barros Viana determinou a transferência da ursa para o santuário Associação Mata Ciliar, em Jundiaí (SP). Porém, uma decisão do desembargador Jirair Aram Meguerian, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, logo derrubou a liminar da transferência, alegando que a longa distância entre Teresina e Jundiaí colocaria a saúde da ursa em risco.

O debate só foi reaberto após uma petição de um membro da organização Avaaz, que teve quase 50 mil assinaturas. Apesar do santuário Rancho dos Gnomos, em São Paulo, já ter se prontificado para receber a ursa, o zoológico mostrou resistência em liberá-la.

Outras celebridades também fizeram postagens em defesa da ursa, como Glória Pires, que gravou um vídeo pedindo a transferência do animal. Com a permissão já concedida, a ursa deverá ser transferida em breve.