WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Em um discurso em tom de raiva, entremeado por momentos de choro, o juiz Brett Kavanaugh negou as acusações de ataque sexual que pensam contra ele e disse que o processo de confirmação era uma “desgraça nacional.”

O indicado de Trump para a Suprema Corte começou a falar por volta das 16h locais desta quinta (27) no Comitê Judiciário do Senado. Mais cedo, a professora Christine Blasey Ford, que o acusa de tê-la atacado sexualmente no início da década de 1980, foi ouvida pelos senadores.

Ele negou as acusações, posição que tem adotado desde que a história veio à tona, no dia 16 de setembro, e procurou não desmentir a versão de Ford. “Eu não estou questionando que ela tenha sido atacada sexualmente, mas eu nunca fiz isso com ela ou qualquer pessoa”, disse.

Ele admitiu que costumava beber cerveja com amigos, “às vezes muitas cervejas” -Ford diz que ele estava bêbado quando a atacou. Também disse que ele e sua família foram destruídos pelas acusações. “Trata-se de uma manobra política calculada e orquestrada”, afirmou.

O discurso foi diferente do divulgado na noite desta quarta (26) pelo Comitê Judiciário do Senado. Ele falou por cerca de 40 minutos. Ele agora será questionado por senadores e pela procuradora Rachel Mitchell.

Três mulheres já acusaram o juiz de algum tipo de delito sexual, o que tem levado a um atraso no processo de nomeação de Kavanaugh para a Suprema Corte, segundo nome indicado por Trump para o cargo. O primeiro foi Neil Gorsuch, conservador moderado.

Caso Kavanaugh seja aprovado, o equilíbrio da mais alta corte dos Estados Unidos será alterado. Ela passará a ter quatro progressistas e cinco conservadores.

Se a nomeação for rejeitada ou trocada, e os democratas consigam maioria em ao menos uma das casas do Congresso nas eleições legislativas de novembro, o processo pode se estender para até depois de 1º de janeiro, quando começa a nova legislatura, o que complicaria a vida de Trump.