WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Um juiz federal ordenou na manhã desta sexta (16) que a Casa Branca restitua de forma temporária a credencial do jornalista da CNN Jim Acosta, suspensa após o repórter discutir com o presidente Donald Trump durante entrevista coletiva no último dia 7.

A decisão representa uma vitória para os jornalistas, em meio a crescentes tensões entre a imprensa e o republicano, que a classifica como “inimiga do povo”.

A emissora entrou com uma ação contra Trump e alguns assessores alegando que os direitos de Acosta e da CNN previstos na 1ª e na 5ª Emendas constitucionais (que tratam da liberdade de expressão e de imprensa e do abuso de poder por parte do estado, respectivamente) tinham sido violados.

Também pede que a medida adotada pela administração do republicano seja declarada inconstitucional, o que poderia proteger outros jornalistas de eventuais retaliações por parte do governo.

Por ora, o juiz Timothy J. Kelly apenas acatou o pedido para que a credencial fosse recuperada. Outras questões que constam na ação ainda precisam ser julgadas. Novas audiências devem ser realizadas nas próximas semanas, segundo a CNN.

A emissora e Acosta comemoraram. “Nós estamos satisfeitos e esperamos por uma resolução completa nos próximos dias”, escreveram, em comunicado. “Nossos sinceros agradecimentos a todos que apoiaram não apenas a CNN mas uma imprensa americana livre, forte e independente.”

Trump afirmou durante o início da tarde que a administração está preparando regras e regulamentos para orientar a conduta de jornalistas em coletivas.

O episódio que levou à retaliação ocorreu durante a primeira entrevista coletiva do presidente após as eleições legislativas. A justificativa da gestão para a suspensão da credencial foi de que Acosta teria tocado de forma agressiva uma auxiliar que tentava lhe tirar um microfone e que agiu de forma desrespeitosa com os colegas.

A secretária de Imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, chegou a compartilhar um vídeo que mostrava Acosta tocando a assessora, mas a imagem tinha sido manipulada por um site que promove teorias da conspiração.