RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Justiça do Rio mandou soltar 137 das 159 pessoas presas numa festa supostamente organizada por milicianos, na zona oeste do Rio, no início de abril.

A decisão atende a uma solicitação do Ministério Público do Rio, que pediu à Justiça que revogasse a prisão preventiva de 138 suspeitos. Um deles, o artista circense Pablo Martins, 23, já havia sido solto no último sábado (22).

De acordo com a Promotoria, não há, até o momento, provas efetivas que permitam o oferecimento de denúncia contra estes presos -o órgão disse que serão denunciados os outros 21 suspeitos que foram detidos na festa, e que existe a necessidade de manutenção da prisão preventiva deles.

“Considerando que o Ministério Público é quem vai delimitar o tema, ou seja, o fato a ser imputado a quem violou o respectivo tipo penal, não resta ao poder judiciário outra alternativa a não ser verificar se os fatos imputados, bem como os indigitados autores, estão perfeitamente individualizados, de acordo com as informações constantes da investigação policial”, escreveu na decisão o juiz Eduardo Marques Hablitschek, da 2ª Vara Criminal de Santa Cruz.

O pedido de liberdade do Ministério Público dizia que não houve nenhuma ilegalidade na ação policial nem na decisão da Justiça pela prisão de 159 dos participantes da festa. 

Para a Promotoria, de fato, havia no local integrantes do primeiro escalão da milícia da região, o que se comprova pela troca de tiros iniciada contra a Polícia Civil. Houve ainda disparos feitos por homens que estavam na portaria da festa e de um carro com três ocupantes estacionado na porta -parte dos tiros partiu também de dentro do evento, o que, segundo o Ministério Público, atesta que havia criminosos no local.

A Polícia Civil do Rio afirma que todas as prisões foram feitas em flagrante durante uma festa em homenagem a milicianos, com ostentação de armas e seguranças com fuzis controlando todo acesso às dependências do local. 

A polícia diz ainda que, nas audiências e decisões da Justiça, não foi mencionada nenhuma ilegalidade sobre a operação.