Divulgação/Coritiba

A Justiça do Trabalho negou o primeiro pedido do Coritiba para aderir a ato trabalhista. A juíza titular da Vara do Trabalho, Valeria Rodrigues Franco da Rocha, deu um prazo de 15 dias para que o clube elabore nova proposta. Ela não concordou com alguns termos da solicitação do clube, como o prazo para o pagamento das dívidas.

Se conseguir a adesão, o clube vai pagar gradativamente suas dúvidas, com parcelas mensais, e com isso, impedir novas penhoras.

Na quarta-feira, o clube explicou em nota por que pretendia aderir a ato trabalhista e revelou ter um passivo de R$ 41 milhões. “Diversos clubes grandes do Brasil tiveram ou ainda tem os seus atos trabalhistas, sendo o principal deles o Flamengo, que o tinha até 2017. Caberá aos atuais e aos próximos gestores do Coritiba, continuar destinando valores mensais para a quitação desse passivo construído ao longo do tempo, porém com muito mais segurança e tranquilidade para o funcionamento regular das atividades, evitando novos passivos e, finalmente, extinguindo o círculo vicioso que existe até hoje”, explicou o texto.

Na nota, a diretoria conta que encontrou um passivo de R$ 33 milhões quando assumiu o clube, em dezembro de 2017. “Ao longo da gestão, inúmeras dívidas foram quitadas (sendo a do atleta Struway a mais antiga) e diversos acordos cumpridos, integral ou parcialmente, até o momento, totalizando R$ 19.133.970,92 até o início da pandemia. Dentre as ações mais pesadas, estão a de Paulo Cesar Carpegiani, Keirrison, Anderson Aquino e Antonio Caio. Mesmo assim, diversas novas ações foram propostas nessa gestão, praticamente todas por profissionais com ingresso no Clube em 2017 ou antes, tais como Marcelo Oliveira, Juan, Alexander Baumjohann, Alecsandro, de modo que o passivo trabalhista atual contabiliza R$ 41.747.724,62”, argumentou o clube.

“O esforço da atual gestão para manter as obrigações salariais em dia acabou por mudar o perfil do passivo trabalhista do Clube, que hoje se encontra praticamente todo em fase de execução e, portanto, próximo de penhoras e bloqueios. São 91 ações trabalhistas, sendo que apenas 13 estão em fase inicial. No mês de fevereiro de 2020, todos os casos urgentes tiveram as suas penhoras levantadas por meio da realização de acordos, em valor aproximado de R$ 14.000.000,00. Todavia, o advento da pandemia do coronavírus foi devastador também nesses casos. Com a escassez de receitas (sem o ingresso em caixa de qualquer valor proveniente de verba de TV no primeiro semestre), o Clube teve dificuldade para honrar esses acordos que, mesmo diante do cenário de crise e ante reiterados pedidos, em sua maioria não foram suspensos pela Justiça do Trabalho”, disse o Coritiba.

“Diante da diminuição drástica de receita em 2020 por conta da pandemia, surge também o risco de ter grande parte das receitas do Clube, já severamente reduzidas pelo atual cenário, serem penhoradas, o que inviabilizaria o exercício das atividades. Com esse cenário, a solução indicada pelo Departamento Jurídico e acatada pela atual diretoria foi de propor Ato Trabalhista à Justiça do Trabalho, que, se aceito, terá como principal função a de estabelecer um valor mensal a ser pago para gradativamente quitar o passivo e, consequentemente, impedir novas penhoras. Diversos clubes grandes do Brasil tiveram ou ainda tem os seus atos trabalhistas, sendo o principal deles o Flamengo, que o tinha até 2017. Caberá aos atuais e aos próximos gestores do Coritiba, continuar destinando valores mensais para a quitação desse passivo construído ao longo do tempo, porém com muito mais segurança e tranquilidade para o funcionamento regular das atividades, evitando novos passivos e, finalmente, extinguindo o círculo vicioso que existe até hoje”, argumentou o clube, na nota.