Divulgação/FC Barcelona – Koeman (à direita) é apresentado pelo Barcelona

Se fosse um trem, o Barcelona teria encerrado a temporada 2019/2020 descarrilado. O clube catalão levou a maior goleada de sua história na Liga dos Campeões da Europa – 8 x 2 diante do Bayern de Munique -, terminou o Campeonato Espanhol em segundo lugar e foi eliminado nas quartas de final da Copa do Rei. Em busca de superar o fiasco futebolístico, os dirigentes apostaram em Ronald Koeman para conduzir o gigante europeu. O que não vai faltar ao treinador holandês é problema para resolver.

O ex-jogador, hoje com 57 anos, não terá vida fácil. Primeiro, ele precisará convencer o maior jogador da história do clube a ficar. O craque argentino Lionel Messi perdeu a confiança no projeto esportivo da equipe catalã e já teria externado o seu desejo de sair.

Portanto, Koeman terá que trabalhar com essa hipótese, mesmo que o presidente do Barcelona, Josep Maria Bartomeu, tenha garantido que Messi faz parte do projeto do clube. “Já falei com o Koeman e o pilar do nosso projeto é o Messi. Ele tem contrato até 2021, eu converso muito com o Leo (Messi) e ainda mais regularmente com seu pai. Ele é o número 1 do mundo. Não há dúvidas de que este novo projeto de Koeman conta com Messi”, disse.

Mas como amenizar uma possível perda de Messi? Bom, o clube não possui caixa para reforçar o elenco em decorrência do desgaste econômico acarretado pela pandemia do novo coronavírus. Portanto, uma possibilidade é focar no que tem à disposição, mas com critérios. Ou seja, negociar aqueles que já não rendem mais ou que mostraram ser um investimento improdutivo.

Em entrevista à Catalunya Radio, em 2019, Koeman já havia dito que não daria prioridade aos medalhões. “Suárez tem mais de 30 anos, Messi tem mais de 30, Busquets tem mais de 30, Piqué tem mais de 30. Esses jogadores vão durar mais alguns anos, mas e depois? Temos que mudar!”, ponderou o treinador.

Assim, Koeman deve dar mais espaço a Ansu Fati, de 17 anos, e Riqui Puig, de 21. Além disso, caso Busquets de fato deixe a equipe, o treinador deve fazer com que o meio-campista De Jong atue de forma mais defensiva em decorrência de seu trabalho na seleção holandesa.

Existe ainda uma questão psicológica. A vexatória derrota para o Bayern de Munique criou uma instabilidade no elenco que há anos não acontece. Uma eliminação não chega a ser uma novidade para o Barcelona, embora esteja acostumado a conquistar títulos. O problema foi a forma com que aconteceu e isso pode afetar o dia a dia do trabalho do treinador.

Contudo, o tempo que Koeman tem para ajustar o elenco e pensar em mudanças mais “radicais” é curto. Ele possui menos de um mês para, no mínimo, colocar o trem de volta aos trilhos e resgatar a confiança dos jogadores catalães. Isso porque a temporada 2020/2021 do futebol espanhol terá início no dia 12 de setembro.