A Polícia Federal (PF) deflagrou ontem a 63ª fase da Operação Lava Jato, denominada Carbonara Chimica. A investigação indica que o Grupo Odebrecht fazia pagamento de propina periódica aos ex-ministros da Fazenda do governo Lula, Antonio Palocci e Guido Mantega. Os valores eram contabilizados em uma planilha denominada “Programa Especial Italiano”. Os investigados eram identificados como “Italiano” e “pós-Itália”.
Com a propina, eram aprovadas medidas provisórias, como um refinanciamento de dívidas fiscais que permitiria a utilização de prejuízos fiscais das empresas como forma de pagamento. “Há indicativos de que parte dos valores indevidos teria sido entregue a um casal de publicitários como forma de dissimulação da origem do dinheiro”, informou a Polícia Federal.
Os mandados foram expedidos pela 13ª. Vara Federal de Curitiba. Foi determinada ordem judicial de bloqueio de ativos financeiros dos investigados, no valor de R$ 555 milhões.
A ação penal apurou que Antônio Palocci e Guido Mantega agiram ilicitamente para favorecer os interesses da Braskem, sendo que Guido Mantega solicitou a Marcelo Odebrecht o pagamento de propina no valor de R$ 50 milhões como contrapartida para a edição das MPs 470 e 472.
O pedido teria sido aceito por Marcelo Odebrecht e pago pela Braskem, por meio do Setor de Operações Estruturadas.
Tornozeleira – O juiz Luiz Antonio Bonat, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, rejeitou pedido de prisão contra o ex-ministro Guido Mantega, optando por determinar que ele passe a usar tornozeleira eletrônica.