Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O líder do governo na Câmara, major Vitor Hugo (PSL-GO), minimizou neste domingo (19) as alterações que podem ocorrer no texto da reforma da Previdência. Para ele, é natural que haja iniciativas de mudanças mas o governo vai batalhar para manter a essência da proposta da área econômica.

“O texto é complexo e é natural que se apresente um substitutivo já que qualquer pequena modificação pode obrigar a adaptação de toda proposta”, disse major Vitor Hugo. “Vamos dialogar para que se mantenha o texto encaminhado pelo governo, a sua essência”, afirmou o parlamentar.

O presidente da Comissão especial da Câmara que analisa a proposta de reforma, Marcelo Ramos (PR-AM), disse na sexta (17) que os líderes partidários podem apresentar uma proposta própria de alteração das regras previdenciárias.

Major Vitor Hugo chegou no Palácio do Alvorada, residência oficial do presidente, por volta de 9h20 deste domingo para falar com o presidente. Ele também minimizou o impacto no Congresso da mensagem distribuída pelo presidente Jair Bolsonaro na qual ele diz que o país é ingovernável.

O deputado diz não acreditar que haverá reflexos negativos para as discussões da reforma da Previdência. Para ele, o texto compartilhado foi “só uma avaliação” do presidente.

“É só uma avaliação, não acredito em impacto. Vamos continuar trabalhando para aproximar ainda mais o governo do Congresso”, disse.

Nesta sexta-feira (17), Bolsonaro mandou em grupos de WhatsApp um texto que fala sobre as dificuldades de seu mandato dizendo que o Brasil “é ingovernável” sem os “conchavos” que ele se recusa a fazer. A mensagem diz que o mandatário estaria impedido de atuar por não concordar com os interesses das corporações. O compartilhamento elevou a tensão do governo.

Dois dias após parlamentares anunciarem a apresentação de um texto alternativo à proposta do governo para a reforma da Previdência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho e o relator da reforma na comissão, Samuel Moreira (PSDB-SP).

Segundo Maia, a reunião já estava marcada e eles não discutiram “nada demais”.

Articuladores da comissão especial que analisa a reforma na Câmara dizem que, diante da fragilidade do governo, o Congresso resolveu assumir o protagonismo da principal bandeira de Bolsonaro.

No entanto, eles dizem que não se trata de descartar o texto do governo para apresentar uma nova proposta.

Segundo relatos de integrantes da comissão, deputados têm encontrado dificuldade pra coletar as assinaturas necessárias para que apresentem emendas com alterações ao texto.

Diante deste cenário, a cúpula do colegido resolveu adiar o prazo para apresentação de emendas, que terminaria nesta quinta-feira (23), em uma semana.

Além disso, aqueles que não conseguirem apoio suficiente poderão encaminhar sugestões de mudanças para o relator da reforma. Se concordar, ele pode acatar a alteração como se fosse dele.

Segundo Marinho, a reunião foi tranquila e o relator está trabalhando para apresentar seu parecer na primeira semana de junho, após audiências.

“O relator [está] fazendo sua parte de ouvir para tomar decisões na construção de seu relatório”, disse Marinho.

O secretário também afirmou ver como natural a apresentação de emendas e a dilatação de prazo que sejam apresentadas.