Franklin de Freitas

O MDB do Paraná cogita vender a sede do partido na rua Vicente Machado, em Curitiba, para pagar dívidas da legenda. A origem das dívidas, que segundo fontes da legenda, chegariam a R$ 1,9 milhão, seriam multas eleitorais recebidas pelo senador e ex-presidente da sigla no Estado, Roberto Requião. A ideia da venda teria sido levantada pelo deputado estadual Requião Filho, na última reunião da Executiva Estadual, mas causou reações contrárias entre os integrantes da legenda. Os adversários da ideia afirmam que a lei não permite o uso de patrimônio partidário para pagar multas de candidatos. Requião não conseguiu se reeleger para o Senado.

Fundo
Em nota divulgada ontem, o atual presidente do MDB paranaense, deputado federal João Arruda, sobrinho do senador, diz que as dificuldades financeiras da legenda não envolvem apenas dívidas com multas eleitorais, mas redução de receita. “O problema financeiro do partido é grave e não se trata apenas da mudança na legislação que proibiu o pagamento de multas eleitorais a partir de 2015. O repasse do fundo partidário diminuiu pela metade e, portanto, o nosso orçamento não comporta mais a estrutura existente. Sem contar que corremos o risco de perder os repasses do fundo partidário”, alega ele.

Manutenção
“Teremos que cortar gastos”, admite o dirigente. “Não se trata da venda da sede, uma estrutura antiga que foi reformada há mais de 15 anos com dinheiro do fundo partidário e não dos filiados, e que tem um custo alto de manutenção. O que se estuda é a possibilidade de mudança para uma nova e mais moderna sede que esteja adequada a realidade de hoje”, argumenta o parlamentar. “Temos um problema, precisamos resolver e vamos resolver. Não me interessa o culpado ou o responsável. Precisamos resolver o futuro. A decisão passa pela executiva Estadual do MDB”, concluiu Arruda.

Privilégios
O governador Ratinho Júnior (PSD) defendeu, em entrevista publicada ontem pelo jornal Folha de São Paulo, a aprovação da reforma da previdência, mas afirmou que ela deve combater privilégios e valer “para todos”. “A previdência começa acabando com privilégios. Até para que o cidadão fale: ‘não, realmente, todo mundo está dando um pouquinho de si’. Se você não acaba com os privilégios, a reforma passa a não ter legitimidade”, avaliou Ratinho Jr.

Exceções
Questionado se a reforma deve incluir a todos, inclusive militares, o governador respondeu assertivamente. “Todo mundo. Acho que tudo tem que ser discutido. Acho que pode haver, pontualmente, dependendo da profissão, situações com algum tipo de exceção. Mas tudo tem que ser discutido profundamente”, disse.

Avulso
Candidato à presidência da Câmara Federal, o deputado paranaense e ex-ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), afirma que entra na disputa de forma “avulsa”, sem apoio formal de partidos ou blocos. “Não é uma candidatura do partido. É uma candidatura de todos, voltada para cada parlamentar. Eu tenho uma boa relação com todos eles e vou pedindo voto para cada um”, diz. “Tenho condições de fazer a condução dos trabalhos da Câmara neste momento importante em que o Brasil pede mudanças”, argumenta.

Corpo a corpo
Durante o final de semana, o deputado afirma ter feito contatos individuais com quase 90 % dos colegas parlamentares para pedir votos. “A expectativa é boa. Estou tendo bons retornos”, alega. Barros explica que lançou a candidatura depois que o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, anunciou apoio à candidatura de Rodrigo Maia (DEM).