A pesquisa inédita A Diversidade e Inclusão nas Organizações no Brasil, realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), aponta que um porcentual próximo de 90% nunca sofreu qualquer tipo de situação de discriminação na organização em que trabalha atualmente. Nos casos onde ocorreram uma ou mais vezes situações de discriminação, foram em relação à idade (29%) ou à altura e peso (24%).
Embora o “bullyng corporativo” ainda surpreenda, um outro dado marcante foi apresentado: 36% sofreram discriminações relacionadas à orientação política.

O estudo ouviu 269 profissionais que trabalham em diversas organizações, de todo o Brasil, sendo 68% privadas, 47% localizadas no estado de São Paulo, e 58% com mais de 1.000 empregados, representantes de quase todos os setores da economia. Os resultados demonstrados evidenciam os esforços e o bom trabalho no campo da diversidade e inclusão que vêm sendo realizados pelas organizações, onde, 57% dos profissionais acreditam que a diversidade e inclusão foram ampliadas ou se tornaram mais evidentes na organização em que trabalha.
De acordo com Hamilton dos Santos, diretor-geral da Aberje, estes dados levantados pela pesquisa demonstram que tal situação ocorre mais como decorrência do momento do país do que propriamente do clima organizacional da empresa. “Apesar de entendermos que estamos vivendo um momento intenso de polarização política, é preciso que líderes e gestores fiquem atentos para que eventuais conflitos não se tornem crônicos e contaminem a organização como um todo”, enfatiza.

O levantamento também aponta que profissionais presenciaram, uma ou mais vezes, situações de discriminação nas organizações em que trabalham atualmente, sendo: 49% com relação à orientação sexual, 42% com relação ao peso ou altura, 40% com relação à identidade ou expressão de gênero, 35% com relação à idade e 30% com relação à cor ou etnia. Novamente, onde mais se presenciou situações foi em relação à orientação política (55%).
“Acreditamos que o fato da homofobia ter sido criminalizada e cada vez mais empresas adotarem programas de diversidade e igualdade de gênero, o preconceito dentro das organizações tende a diminuir, assim como aconteceu em relação à cor ou etnia”, prevê Santos.

Relacionamento e liderança
Os participantes demonstram satisfação em relação à diversidade na organização em que trabalham, como ao concordarem que as pessoas, independentemente de suas diferenças, são tratadas respeitosamente em seu departamento (89%) e na empresa (69%) e que os funcionários incluem ativamente os colegas diversos (56%). Essa satisfação também deriva ao discordar em que já consideraram deixar a organização por se sentirem isolados ou indesejados (65%); de que se sintam pressionados a mudar características pessoais para enquadrar aos padrões da empresa (58%) e de que tenham que trabalhar mais que os outros para serem valorizados igualmente (58%).

O levantamento revela que se, por um lado, a liderança das organizações em que os profissionais trabalham atualmente incentiva os funcionários a trabalharem com colegas com diferentes características de diversidade (45%) e investiga as denúncias de tratamento injusto e de preconceitos (44%), por outro tem falhado ao não auxiliar os funcionários a reconhecerem preconceitos que promovem a discriminação ou a exclusão no local de trabalho (52%) e ao não agrupar funcionários com diferentes características de diversidade para trabalharem juntos (45%).

Foco nas organizações

Participaram do estudo “A Diversidade e Inclusão nas Organizações no Brasil ” 124 corporações, entre associadas e não associadas à Aberje, e que figuraram entre as maiores e melhores do país, totalizando um faturamento da ordem de R$ 1,24 trilhão, equivalente a 18,3% do PIB brasileiro de 2018. Das 124 empresas participantes do estudo, 63% têm programa de Diversidade e Inclusão.

Perfis com mais inclusão

  • 96% são de pessoas com deficiência
  • 83% são de identidade de gênero
  • 78% cor/etnia
  • 74% orientação sexual

Justificativas das organizações para as iniciativas relacionadas à diversidade:

  • 68% melhorar a imagem e reputação organizacional
  • 63% contribuir para as mudanças estruturais da sociedade
  • 57% aumentar a eficiência interna
  • 54% qualificar sua cultura organizacional (54%)
  • 47% desenvolver soluções inovadoras