Alguns lojistas da Avenida República Argentina, no bairro Portão, em Curitiba, estavam com as portas abertas nesta terça-feira, 16 de junho, antes das 10 horas da manhã. A reportagem percorreu a via pública às 9 horas e se deparou com vários estabelecimentos abertos (veja as fotos). 

Por conta do aumento dos casos de Covid-19 na cidade, o prefeito Rafael Greca editou um decreto, o 774, restringindo o horário de funcionamento das atividades. O comércio de rua, por exemplo, só pode abrir a partir das 10 horas. A medida, entre outras coisa, tem como objetivo escalonar o horário dos estabelecimentos comerciais de modo que se evite a formação de filas no terminais e os ônibus possam transitar apenas com 50% da capacidade.

Procurada pela reportagem, o setor de Urbanismo, que é o responsável pela fiscalização para verificar o cumprimento das medidas, afirmou que várias equipes de fiscalização estão nas ruas e que a população pode fazer as denúncias ao 156 da Prefeitura.  

A Prefeitura de Curitiba  baixou o decreto e elevou para bandeira laranja o nível de alerta contra a Covid-19. O decreto suspendia as atividades de bares, casas noturnas, clubes esportivos, academias, igrejas e templos religiosos.

Mas, depois de uma série de reuniões nesta segunda-feira (15), algumas atividades podem ser beneficiadas com uma revisão no decreto. A própria Prefeitura confirmou, no começo da noite, que está estudando formas de melhorar a regulamentação das atividades desenvolvidas nas academias de ginástica e esportes durante a pandemia, e assim permitir que voltem a funcionar.

Entre as propostas apresentadas pelo município ao setor está a adesão das academias a um Termo de Responsabilidade Sanitária para o Enfrentamento da Covid-19. O documento seria obrigatório para volta às atividades dos estabelecimentos, além de uma vistoria pela Vigilância Sanitária, ma garantiria que as academias só fechassem em caso da decretação de bandeira vermelha em Curitiba.

As possibilidades de mudança em relação ao estabelecido no decreto 774 serão definidas esta semana. “Qualquer alteração só será possível mediante ampla segurança e posturas sanitárias adequadas, que serão apresentadas esta semana pela Saúde”, disse o secretário de Governo Municipal, Luiz Fernando Jamur, depois da reunião.

A categoria fez dois protestos desde que a bandeira laranja foi determinada: um na frente da casa do prefeito Rafael Greca no sábado e outro na manhã de segunda-feira na frente da Prefeitura de Curitiba, e que reuniu cerca de 100 pessoas. O ato aconteceu antes que a Justiça proibisse manifestações com potencial de aglomerações em Curitiba.

Para voltar a funcionar, a categoria ainda precisa assinar um acordo sobre as novas exigências. Embora a regulamentação só saia provavelmente nesta quarta-feira (17), várias academias da cidade já anunciavam a reabertura para esta terça (16).

Restaurantes
Também no começo da noite de segiunda-feira, a Associação Brasileiras de Bares e Restaurantes do Paraná (Abrasel-PR), que representa mais de 50 mil estabelecimentos no Estado, divulgou que a entidade e a Prefeitura de Curitiba chegaram a um acordo para que os restaurantes da Capital paranaense voltem a funcionar com maior flexibilidade, com salões abertos até as 22 horas.

Pelo decreto de sábado, restaurantes e lanchonetes só poderiam funcionar com atendimento ao público das 11 às 15 horas e só com delivery nos demais horários.
Apesar do anúncio da Abrasel, a Prefeitura não confirmou o acordo. O presidente da associação de restaurantes, Nelson Goulart, disse que reuniões com a Prefeitura aconteceram no domingo e na segunda.

Na tarde de ontem, mesmo com a proibição de manifestações com aglomerações, alguns empresários foram até a região da Prefeitura, para tentar participar das reuniões. Para eles, a forma como o decreto estava, limitando o horário de funcionamento, e ainda assim apenas para o almoço, dificultava a manutenção das atividades. “Somos responsáveis, e estamos pagando pelos irresponsáveis”, disse um deles.