Reprodução Youtube

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidenciável Ciro Gomes (PDT) declarou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva só terá chance de deixar a prisão em Curitiba se o seu grupo assumir o poder e colocar o Judiciário e o Ministério Público em suas caixinhas. O petista está preso desde 7 de abril, após ter sido condenado a 12 anos e um mês de prisão em segunda instância no caso do tríplex em Guarujá.

"Só tem chance de sair da cadeia se a gente assumir o poder e organizar a carga. Botar juiz para voltar para a caixinha dele, botar o Ministério Público para voltar para a caixinha dele e restaurar a autoridade do poder político", afirmou.

A declaração foi dada durante entrevista ao programa "Resenha", da TV Difusora, do Maranhão, no dia 16 de julho.

Ciro declarou ainda que viu "coisas acontecerem" enquanto estava no Planalto e que teria alertado Lula. Ele foi ministro da Integração Nacional no governo do petista. "Eu ajudei o Lula por 16 anos sem tirar nenhum dia. Já zangado, porque via as coisas acontecendo, sabia que ia dar problema e cansei de avisar pra ele e ele não quis ouvir, porque poder muito tempo tira a pessoa do normal", afirmou.

O pedetista disse a estratégia do PT caso a candidatura de Lula seja impedida pela Justiça Eleitoral era apontar outra Dilma, algo que, segundo ele, não é a melhor solução para o país.

"O Brasil não aguenta um presidente por procuração numa altura dessas. O camarada diz eu gosto muito do Lula, mas só porque eu gosto muito do Lula ele vai apontar outra Dilma? O país está precisando de pulso, de liderança, de autoridade, até para corrigir a carga. Imagina um cabra desse do outro lado se o Lula tem alguma chance de sair da cadeia? Nenhuma", disse o pedetista.

Ele criticou ainda a sequência de decisões judiciais no dia 8 de julho envolvendo a soltura de Lula. "Tudo errado do começo ao quinto. Se o judiciário que é o fator de estabilidade, de garantia das regras, começa a fazer essa anarquia, fica a situação que estamos hoje. Isso vai beneficiando o autoritarismo, o militarismo, enfim".

O candidato fez um apelo pela união da esquerda e se colocou como único candidato preparado e capaz de proteger as políticas sociais e interesses nacionais. "Nós deveríamos, em homenagem ao nosso povo, nos unir", afirmou.