WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – A maioria dos americanos afirma ser a favor de uma mudança na Constituição para que o vencedor da eleição presidencial seja decidido pelo maior número de votos, e não pelo ganhador do Colégio Eleitoral, que é o modelo atual, segundo pesquisa.

No total, 55% dos americanos defendem que vença o voto popular, de acordo com o Pew Research Center.

O percentual já foi mais elevado no passado e atingiu o pico de 62% em 2012.

Mas, após a vitória de Donald Trump em 2016, entrevistados que se identificaram como republicanos mudaram de opinião. Antes, 54% deles defendiam a mudança para uma eleição direta. Depois que Trump venceu, esse percentual baixou para 27%.

Agora, a maioria se consolidou, e mais republicanos voltaram a apoiar a mudança.

Trump teve menos votos populares do que a democrata Hillary Clinton –assim como George W. Bush contra Al Gore, em 2000, e outros três presidentes no século 19. Mas todos acabaram eleitos.

O modelo americano define que o presidente é eleito de modo indireto: ganha quem tiver mais votos no Colégio Eleitoral, formado por delegados que se comprometem a apoiar o presidenciável indicado pelo partido.

Cada estado tem um número diferente de delegados –de acordo com o número de cadeiras que cada um possui no Congresso.

O tema é controverso: alguns estudiosos defendem que o atual sistema equilibra a representação eleitoral, fazendo com que regiões menos populosas tenham o mesmo peso de metrópoles, onde se concentram o capital e os meios de comunicação.

Já outros afirmam que, no fim das contas, muitos eleitores sentem que seu voto não vale nada, pois a decisão final cabe aos delegados.

A pesquisa do Pew Research Center entrevistou cerca de 4.600 pessoas. A margem de erro é de 2,4 pontos percentuais, para mais ou para menos.

O desempenho de Trump à frente da Presidência –e sua relação com as instituições democráticas– também foi avaliado na pesquisa. Para 54% dos entrevistados, ele tem pouco ou nenhum respeito pela democracia.

Mas essa opinião varia muito: o percentual de reprovação ao mandatário é de 83% entre democratas e de 21% entre republicanos.

A maioria dos americanos também demonstra concordar com ideais democráticos, como a liberdade de expressão e a independência do Judiciário –mas acreditam que eles não descrevem os EUA atualmente.