MAIRIPORÃ, SP (FOLHAPRESS) – Um aumento no preço da passagem dos ônibus municipais de Mairiporã, na Grande São Paulo, pegou desprevenidos os moradores na volta do feriado de 9 de julho. A tarifa passou de R$ 4,20 para R$ 4,45 na última semana –uma alta de 5.95%.

Segundo levantamento feito pela reportagem, o aumento deixa Mairiporã com uma das passagens mais caras da região metropolitana de São Paulo, acima das vizinhas Franco da Rocha e Caieiras, com tarifas a R$ 4,35.

O município de 90 mil habitantes tem preço menor apenas do que Guarulhos, onde a passagem para quem não tem bilhete custa R$ 4,70. Os guarulhenses que possuem o cartão eletrônico, no entanto, pagam apenas R$ 4,30.

O aumento na passagem ocorreu mesmo com o desconto no valor do diesel, usado para abastecer os ônibus. O combustível teve redução após a paralisação nacional dos caminhoneiros, mas não surtiu efeito nas empresas de transporte coletivo.

RECLAMAÇÕES

Apesar do valor superior ao de cidades de grande porte como São Paulo, que cobra R$ 4, o transporte em Mairiporã é alvo frequente de reclamações por parte dos passageiros.

“São ônibus que quebram com frequência, horários que não condizem com a necessidade da população, motoristas e fiscais que não respeitam horários ou não param para pessoas que estão aguardando no ponto”, afirma a nutricionista Mariana Moura, 29.

Para Mariana, o aumento é injustificável e fará com que mais pessoas usem o carro para ir ao centro. “Compensa mais financeiramente pelo conforto e economia de tempo.”

O sistema de transporte coletivo na cidade é gerido pela ETM (Empresa de Transportes Mairiporã), fundada em 1965.

O último contrato com a cidade foi assinado em 2010, no segundo mandato do prefeito Antonio Shigueyuki Aiacyda (PSDB), e vence em 2020, durante o terceiro mandato do mesmo prefeito.

O modelo atual do contrato não prevê revisão e deixa a prefeitura impossibilitada de cobrar melhorias.

SEM INTEGRAÇÃO

Entre outras reclamações sobre o serviço está a falta de integração gratuita ou com valor menor, tanto entre as linhas da cidade quanto as intermunicipais. Além disso, a frota não é totalmente acessível para pessoas com deficiência.

O preço pelos trajetos curtos também causam reclamação. A tarifa ficou R$ 0,05 mais cara do que a intermunicipal que liga as rodoviárias de Mairiporã e de Atibaia, município vizinho a 28 quilômetros de distância. Em alguns ônibus municipais, paga-se mais caro por trajetos de quatro quilômetros.

Também pega de surpresa, a estudante Letícia Franco de Oliveira, 18, se diz aborrecida. “Nós temos que nos desdobrar com a pouca quantidade de horários para os bairros mais afastados. Mesmo se atendesse a demanda, e os ônibus oferecessem conforto, coisa que não acontece, ainda seria abusivo.”

Procurada, a prefeitura de Mairiporã não retornou até a publicação desta reportagem.