SÃO PAULO, SP, E RECIFE, PE (FOLHAPRESS) – Ao menos 51 detentos que escaparam de penitenciária de segurança máxima em João Pessoa seguiam soltos até a tarde desta segunda (10) após fuga na madrugada. O tenente da Polícia Militar Erivaldo Moneta da Silva, 36, baleado na cabeça após troca de tiros, morreu.

À tarde, dez pessoas que participaram da ação foram presas. Com o grupo, policiais apreenderam munições e seis armas, entre elas um fuzil. Eles estavam hospedados num flat no bairro Manaíra.

No total, 92 presos fugiram da penitenciária Romeu Gonçalves Abrantes – PB1, que fica numa área de mata no bairro do Jacarapé. O número equivale a 13,5% do contingente até então abrigado na unidade.

Inicialmente, o governo da Paraíba havia divulgado que 105 detentos haviam conseguido fugir. Após recontagem, a informação foi corrigida.

Segundo o governo, a fuga teve ajuda externa. Um grupo armado com cerca de 20 homens com fuzis e explosivos atacou o presídio –o portão, de 5 metros de altura, foi arrombado com uma explosão.

O principal objetivo da ação seria o resgate de quatro integrantes de uma quadrilha que explode caixas-eletrônicos e carros-fortes com atuação em várias regiões do Brasil.

Romário Gomes Silveira, Antônio Arsênio, Ivanilson Pereira de Macedo e Livaci Muniz da Silva tinham sido presos no mês passado, em Lucena, região metropolitana de João Pessoa.

De acordo a Secretaria de Segurança Pública, só Livaci não foi resgatado durante a ação na madrugada. Os outros três não foram recapturados. O principal alvo da ação era Romário Gomes, mais conhecido como Romarinho.

A Secretaria de Administração Penitenciária informou que as câmeras do circuito interno da prisão mostram o momento em que os criminosos conseguem arrombar a cela onde ele estava. Ao ser resgatado, recebeu um fuzil.

A polícia investiga ainda se os criminosos realizaram ação simultânea para bloquear a rodovia estadual PB-108, onde o tenente foi baleado.

As aulas dos campi da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) próximos à unidade prisional foram canceladas. Três escolas municipais e seis postos de saúde também fecharam as portas.

Com capacidade para 654 presos, a unidade tinha 680.

A Paraíba tem 79 unidades prisionais, 8 delas na capital. No estado, a lotação prisional está em 173%. É a segunda taxa mais alta do Nordeste, empatada com o Piauí.