Ele doa 90% do salário, dirige o próprio carro, um fusca, quando não está realizando trabalhos oficiais e ainda dispensa empregados e faz suas comprar no bairro onde vive. Este é José Mujica, presidente do Uruguai, o presidente mais pobre do mundo.
Um exemplo, um alento na política, certamente. E deu mais uma prova de que é diferente. Quando eleito, Mujica disse que não iria se mudar para o palácio presidencial, e cumpriu sua promessa (ele vive em uma pequena chácara nos arredores de Montevidéu com a esposa). Mas o que ninguém esperava é que ele fosse encontrar outra utilizade para a Casa Suárez y Reyes.
No ano passado, o rigoroso inverno uruguaio fez cinco vítimas. Já pensando no grupo mais exposto ao frio, Mujica ofereceu o palácio presidencial como alternativa para abrigar pessoas que vivem nas ruas.
Segundo a imprensa uruguaia, o local só será utilizado para este fim caso os abrigos não sejam suficientes. E no último dia 24, a Casa de Suárez y Reyes, hoje usada para reuniões com governantes estrangeiros ou do Conselho de Ministros, quase recebeu seus primeiros estranhos hóspedes: uma mulher e seu filho.
Contudo, o Ministério de Desenvolvimento Social, responsável pelo assunto, acabou conseguindo vaga num abrigo para eles na última hora.
A preocupação de Mujica se explica: no ano passado, cinco pessoas morreram de hipotermia, o que causou uma crise, culminando com a destituição da ministra de Desenvolvimento Social, Ana Vignoli.
