Reprodução /TV Globo – Marina Silva no Jornal Nacional

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Entrevistada na noite desta quinta-feira (30) pelo Jornal Nacional, a candidata Marina Silva (Rede) usou o tempo para reforçar sua estratégia de se dirigir ao eleitorado feminino.

Ao falar de reforma da Previdência, ela defendeu que mulheres possam se aposentar antes dos homens, porque elas executam mais tarefas domésticas.

"Nós vamos manter a diferença [de idade mínima] entre homens e mulheres", afirmou.

Nas considerações finais, olhando para a câmera e adotando discurso de palanque, reforçou credenciais que, na visão de seus apoiadores, aumentam a aceitação dela entre as eleitoras.

"Eu sou mulher, sou negra, mãe de quatro filhos, fui seringueira, empregada doméstica, me alfabetizei aos 16 anos. E eu sei que muita gente acha que pessoas com a minha origem não têm capacidade para ser presidente da República", disse.

ITAMAR

A candidata disse ainda que pode se espelhar em Itamar Franco para fazer um governo "com os melhores de cada partido", contornando suas dificuldades de formação de alianças com siglas.

Ela afirmou que o modelo de governabilidade parecido com o que ela defende só "foi feito uma vez", com o ex-presidente (1930-2011), que assumiu o Planalto em meio à crise pós-impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992.

"Itamar Franco não tinha uma base e conseguiu governar com pessoas de diferentes partidos", disse a ex-senadora.

Ao responder a perguntas sobre alianças da Rede nesta eleição, Marina falou que, "se for olhar só para partidos, fica muito difícil o diálogo". Ela defendeu ser importante "olhar para as pessoas" de cada legenda.

Na avaliação da candidata, é necessário "olhar as pessoas e a trajetória, não apenas o partido".