O que torna um homem admirável hoje? Ternura, amorosidade, integridade, fé, equilíbrio… O homem do momento é um sujeito doce e sensível às desigualdades e minorias e, nesse aspecto, poucos galãs de Hollywood se posicionam tão bem quanto Mahershala Ali.

Para entender seu magnetismo, é preciso saber que Ali é um homem de frases bem pensadas e um discursos um tanto místico. Suas atuações na série House of Cards e em Luke Cage renderam sua fama de profissional sério, impulsionando a carreira cinematográfica. Antes disso, já havia atuado em O Curioso Caso de Benjamin Button até o reconhecimento de seu talento chegar com o Oscar de melhor ator coadjuvante em Moonlight, em 2017, e depois com o segundo Oscar na mesma categoria por Green Book, em 2019. Seus discursos ao receber a estatueta, nos dois casos, foram emocionantes – Ali é o primeiro ator muçulmano a receber a estatueta.

O novo modelo de masculinidade flerta com o feminino, em busca de um reposicionamento diante das transformações radicais da sociedade e da onda crescente de movimentos feministas. Não à toa, Ali agora foi escolhido como rosto da marca Ermenegildo Zegna para uma campanha-manifesto What Makes a Man? Em um filme fashion, o ator segura uma flor, arrancando pétalas enquanto fala sobre o amor. Não deixa de ser uma quebra de paradigma – principalmente quando a mensagem é emitida por uma marca de moda como Ermenegildo Zegna.

Fundada há 110 anos na Itália, com lanifícios próprios e confecções responsáveis pela formação das últimas gerações de alfaiates italianos, a marca vestiu por décadas os homens alfas do mercado financeiro, com ternos impecáveis e tricôs finos. Quando se fala da sofisticação da moda masculina italiana, reconhecida mundialmente, a Zegna é uma referência.

Por isso, é simbólico o fato de ela adaptar agora suas criações investindo em looks mais casuais e produzindo mensagens como essa, que reexaminam o papel do homem moderno e desafiam sutilmente a masculinidade tóxica.

“Como sabemos, a noção estática e tradicional de identidade masculina não funciona mais. Acreditamos que masculinidade é um estado de espírito, não um conjunto de regras”, diz Ermenegildo Zegna, CEO da marca e integrante da quarta geração da família no negócio. “Hoje, é possível criar novas combinações, expressar o próprio estilo, com sensibilidade, originalidade e amor próprio”, diz o estilista da marca, Alessandro Sartori.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.