SEVERINO MOTTA BRASÍLIA, DF – O secretário de tecnologia da informação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Giuseppe Janino, disse neste domingo (5) que é preciso intensificar o treinamento dos mesários que atuam em seções de voto biométrico –em que a impressão digital é utilizada para identificar o eleitor. De acordo com ele, há relatos de atrasos pontuais em seções eleitorais devido à demora no processo de identificação, muitas vezes causado por um mal posicionamento do dedo no leitor. O secretário, no entanto, disse não acreditar que isso não vá atrasar o resultado das eleições. “Identificamos grande necessidade de amadurecimento desta prática [da biometria], dessa funcionalidade, e capacitação maior dos nossos colaboradores”, disse. “Como entendemos que esses eventos [de demora] não são generalizados, muito pelo contrário, são em pequenos pontos, não entendemos que isso vá atrasar o processo de fechamento”, completou. Ainda segundo Janino, foram verificadas demoras ou filas devido à biometria em alguns municípios do interior do Paraná, Paraíba e Goiás, além do Distrito Federal, onde 100% dos eleitores estão no sistema biométrico. “O problema não é generalizado. Se examinarmos o DF, verificamos que [a demora acontece em] menos de uma dezena de seções (…) os eventos são bastante pulverizados”. FILAS E ATRASOS Nas eleições desse ano, a identificação por meio de leitura da digital está acontecendo em 764 municípios, para mais de 21 milhões de eleitores. Na capital federal, houve filas principalmente na cidade satélite de Águas Claras. O presidente do TRE do Distrito Federal, Romão C. de Oliveira, chegou a dizer que o horário de votação seria dilatado para atender eleitores que não puderam votar por problemas técnicos. Eles receberam senhas para ter acesso às seções de votação depois das 17h. No Maranhão, o candidato favorito na disputa pelo governo, Flávio Dino (PC do B) teve problemas com a identificação. Como não havia levado nenhuma outra identificação, teve que esperar que fossem buscar um documento original com foto para que pudesse votar. Em Curitiba, onde o cadastro por biometria está em vigor desde a eleição passada, em 2012, houve filas de até 50 minutos para a votação. Em muitos locais, eleitores esgotaram o número máximo de tentativas para a identificação das digitais –oito. Lenços umedecidos eram usados nas seções para a limpeza dos dedos, algumas vezes sem sucesso. Nesses casos, o número do título era digitado manualmente pelo mesário, e o eleitor procedia à votação na urna eletrônica. O próprio presidente do TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná), Edson Vidal Pinto, precisou de seis tentativas para votar nesta manhã. BARRINHA O secretário de tecnologia da informação do TSE explicou que uma barra de progresso que aparece ao final do processo de votação das urnas eletrônicas diz respeito ao processo de gravação dos dados do voto no cartão de memória da máquina. Ele explicou que o procedimento acontecia anteriormente, só não era representado, e que serve para evitar que mesários façam a substituição do eleitor no momento em que dados estão sendo gravados. “Se fosse feita substituição naquele momento a substituição não teria sucesso”, disse.