Franklin de Freitas

A cada 25 minutos, uma situação de incêndio é registrada no Paraná pelo Corpo de Bombeiros. É o que mostram dados do Sistema Digital de Dados Operacionais da corporação (SYBM-CCB) compilados pelo Bem Paraná, os quais revelam que em 2020, até o dia 17 de dezembro, foram atendidas por todo o estado 19.952 ocorrências desse tipo, com uma média de 57 casos diários.

O tipo de situação mais comum são os incêndios em vegetação, com 11.893 registros, o equivalente a 59,6% do total de incêndios no estado. Na sequência aparecem ainda as ocorrências em edificação (4.340 ou 21,8%% dos incêndios), em meio de transportes (2.203 ou 11%) e situações diferentes, categorizadas como “outros” (1.516 ou 7,6%).

A boa notícia, por outro lado, é que nota-se uma tendência de queda comparando os dados de 2020 com os de 2019. Isso porque no ano passado inteiro os bombeiros registraram e atenderam 21.186, o que dá uma média de 58 casos por dia. Na comparação com 2020, com 56,84 registros diários, nota-se uma queda de 2%, aproximadamente.

Com a chegada do final de ano, inclusive, é importante reforçar alguns cuidados básicos, como a prevenção de sobregarga das tomadas, ligando muitos equipamentos em um só ponto; colocar velas em um lugar fixo e longe de materiais com fácil combustão, como papel, madeira e tecidos, para evitar acidentes; e atenção na hora de cozinhar, especialmente com panela de óleo quente, uma vez que, quando superaquecida, pode pegar fogo.

Defesa Civil registra crescimento de 32% nos desastres ambientais

Se os incêndios foram menos numerosos em 2020, por outro lado a quantidade de registros feitos pela Coordenadoria Estadual da Defesa Civil teve um importante aumento, passando de 417 ocorrências ao longo de todo o ano de 2019 para 550 no ano corrente, até o dia 17 de dezembro. Uma variação de +31,89%, portanto.

Ao longo de todo o ano, 275 municípios paranaenses (68,92% do total) foram afetados por desastres naturais, com um total de 224.561 pessoas afetadas e 174 óbitos. No ano anterior haviam sido 179 municípios atingidos (44,86% do total), com 172.731 pessoas afetadas e dez óbitos.

A pandemia do novo coronavírus, inclusive, ajuda a explicar o aumento no número de ocorrências e na mortalidade em desastres naturais.
Isso porque, do total de ocorrências registradas pela Defesa Civil, 206 diziam respeito a situações de doenças infecciosas virais, com 205 municípios atingidos, 49.056 pessoas afetadas e 167 óbitos.

Incêndios no Paraná

2020
Edificação: 4.340
Meio de transporte: 2.203
Vegetação: 11.893
Outros: 1.516
Total: 19.952

2019
Edificação: 4.602
Meio de transporte: 2.393
Vegetação: 12.720
Outros: 1.471
Total: 21.186

Lei de Qualidade e Responsabilidade

Paraná cria fundo para situações de calamidade pública e emergência

O artigo 25 da Lei de Qualidade e Responsabilidade Fiscal, sancionada na quitna-feira, prevê a criação do Fundo de Recuperação e Estabilização Fiscal do Paraná (Funrep), vinculado à Secretaria de Estado da Fazenda, com as finalidades de atenuar os efeitos decorrentes de recessões econômicas ou desequilíbrios fiscais e de prover recursos para situações de calamidade pública.

O modelo é bastante similar ao Fundo de Recuperação e Estabilização Fiscal do Município de Curitiba, que gerou resultados bastante positivos no combate à crise fiscal decorrente da pandemia da Covid-19.

O Funrep será constituído por transferências de recursos ordinários do orçamento vigente, transferências realizadas por fundos, desde que autorizados pela lei de regência, doações, rendimentos de aplicações financeiras, multas, alienação de ativos imobiliários do Poder Executivo e depósitos realizados a título de contrapartida de incentivo ou benefício fiscal.

De acordo com o texto, os recursos do Funrep poderão ser utilizados pelo Poder Executivo exclusivamente para o atendimento das situações de emergência e calamidade pública, para a redução do estoque de precatórios e para recomposição de dotações orçamentárias das fontes de recursos ordinários do orçamento vigente relativas a despesas correntes destinadas à manutenção dos serviços públicos essenciais, despesas de pessoal e encargos sociais, despesas previdenciárias dos regimes próprio e complementar dos servidores estaduais e serviço da dívida.

A administração do Funrep será realizada por um Conselho Diretor vinculado à Secretaria da Fazenda.

Alergias e outros

Chegada do verão também chama a atenção para os cuidados com os insetos

No calor, é comum vestirmos roupas leves e decotadas, deixando o corpo mais exposto, principalmente as crianças. Mas é bom ficar atento às picadas de insetos, que se tornam mais frequentes nesta época do ano.

No caso de picadas por pernilongos e borrachudos, as reações são locais, com coceira e a possível ocorrência de inchaço na região onde foi a lesão. Nestes casos, a orientação dos especialistas é usar uma pomada antialérgica para aliviar os sintomas.

Mas há um outro grupo de insetos que pode desencadear reações alérgicas mais graves, como a anafilaxia, por exemplo. É o caso de formigas, vespas e abelhas. “A anafilaxia pode provocar urticas, que são lesões altas, elevadas, que coçam bastante. Podem ser acompanhadas de inchaços deformantes de pálpebras, lábios e orelhas”, explica explica Alexandra Sayuri Watanabe, Coordenadora do Departamento Científico de Anafilaxia da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).

“Sintomas respiratórios também estão associados, provocando falta de ar, tosse e chiado no peito. Sintomas gastrointestinais também surgem na anafilaxia, como diarreia, náuseas, vômitos e cólicas abdominais, além dos sintomas cardiovasculares, com queda de pressão, tonturas e a parada cardiorrespiratória. Nem todas as anafilaxias vão resultar em paradas cardiorrespiratórias, que é o choque anafilático”, continua.

Para pessoas com reações mais graves, há o tratamento de imunoterapia veneno específica, muito eficaz nas anafilaxias provocadas pelas picadas de abelhas, formigas e vespas. Esse tratamento só pode ser indicado por médico especialista.