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No fim da tarde desta terça-feira (7) os metalúrgicos da Renault, em assembleia realizada online pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, rejeitaram a proposta da empresa de promover um layoff para a fábrica e redução salarial para os administrativos, sem a garantia de pagamento da primeira parcela da Participação de Lucros e Resultados (PLR) para 2020.

Mesmo a empresa garantindo que os trabalhadores receberiam 100% dos rendimentos líquidos, o trabalhador optou por reprovar a iniciativa, uma vez que ela não atenderia as expectativas do trabalhadores nos quesitos data-base e PLR, pois ainda que a empresa garanta 100% do salário líquido, os impostos recolhidos já recaíram sobre um rendimento bruto superior, o que significaria mais um prejuízo para estes metalúrgicos no momento.

Outro quesito que pesou na reprovação do trabalhador é o fato da empresa não garantir o pagamento da 1ª parcela da PLR, prevista para o dia 10 de maio, o que também frustra as expectativas dos trabalhadores.

“A proposta atende as necessidades e os interesses imediatos da Renault, mas ignora todas as necessidades do trabalhador neste atual momento”, destacou Sérgio Butka, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.

“Com essa decisão fica claro para a empresa que o trabalhador não vai aceitar redução salarial sem as garantias mínimas de manutenção de seus benefícios, e PLR é um deles. É preciso que a Renault apresente uma proposta que olhe não só para os seus interesses, mas também que atenda as necessidades do seu trabalhador no curto, no médio e no longo prazo!”, finalizou Butka.

A Renault está localizada em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, e emprega cerca de 7.000 trabalhadores. 

Em nota a montadora afirmou estar atenta e monitorando o cenário de avanço da Covid-19 no Brasil e disse ter adotado medidas protetivas à saúde dos trabalhadores. 

Confira a nota na íntegra

“A Renault do Brasil está monitorando de perto o cenário da evolução do Coronavírus (Covid-19) no Brasil e tem adotado medidas de preservação da saúde dos colaboradores como DNT (Dias Não Trabalhados), férias coletivas e teletrabalho.

As nossas 4 Fábricas estão paradas assim como todos os concessionários Renault em todo o país estão fechados.

Temos férias coletivas programadas até 14 de abril e em função do agravamento do cenário não há condições para voltarmos no dia 15 de abril.

Por isso, desde a semana passada estamos em negociação com o Sindicato sobre a aplicação de alternativas previstas na medida provisória 936 –  Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda – criada para o enfrentamento do estado de calamidade pública, publicada em primeiro de abril.

A proposta feita pela Renault é melhor do o que é previsto na MP pois iríamos complementar o pagamento para que você o colaborador recebesse 100% do salário líquido.

Ontem no final do dia, fomos surpreendidos com a informação do Sindicato de que a nossa proposta foi recusada em assembleia.

Não consideramos representativo o processo de decisão do Sindicato, pois não houve convocação para votação da proposta e não foi utilizado o sistema usual para votações e sim uma plataforma com limitação de acesso a 500 pessoas.

Em razão disso, ontem, pedimos novamente ao Sindicato a realização de uma assembleia on-line com os colaboradores da Renault do Brasil no dia de hoje para votação da proposta.

Este pedido também foi negado e não há previsão de uma assembleia.

A situação atual é complexa, exige bom senso e tomada de ações emergenciais para enfrentamento deste momento.”