Franklin de Freitas

Milhares de mulheres estão reunidas no centro de Curitiba para a edição de 2019 da 8M: Marcha das Mulheres Trabalhadoras de Curitiba e Região. Com organização da Frente Feminista de Curitiba e Região Metropolitana, a manifestação deste ano traz no mote ideias de resistência, luta e liberdade. Elas carregam faixas lembrando a vereadora Marielle, morta no Rio de Janeiro, e de protesto contra o feminicídio e a violência contra as mulheres. 

O protesto começou às 12 horas com as Gurias do Slam, na Praça Santos Andrade, que fizeram da poesia sua ferramenta para conscientizar e mostrar às mulheres sua força. Às 16h, começou a concentração da manifestação, também na Praça Santos Andrade. Agora há pouco,  aconteceu o Ato 2, das mulheres trabalhadoras contra o desmonte de direitos. Temas como reforma da previdência, salários igualitários e reforma trabalhista serão abordados em mensagens e cartazes.

Agora, a  caminhada passou pela esquina das Marechais, com as mulheres negras, às 19h. A chamada “Quantas de nós precisarão morrer? Vidas negras importam” remete à principal luta que mulheres negras enfrentam todo dia, de racismo, intolerância e desigualdade ainda maior e mais cruel do que ocorre com as mulheres brancas.

Da esquina das marechais, a manifestação segue para a Boca Maldita, onde está prevista para temrinar às 20h com o Ato 4 – Mulheres unidas desarmam a opressão. Aborto legal, seguro e gratuito, violência doméstica, feminicídio e todos os tipos de opressão fecham o dia internacional das mulheres trabalhadoras.

O dia

Em janeiro, mais de 100 mulheres foram vítimas de feminicídio no país. O Brasil é o quinto país mais perigoso do mundo para uma mulher viver, de acordo com a OMS. Após anos de exploração do trabalho feminino nas fábricas e o silenciamento dos sindicatos, nossa luta tomou voz no século XIX. Em 1910, a líder política Clara Zetkin, percebendo a força das mulheres, sugeriu que uma data fosse instituída. Em 1975, a Assembleia Geral das Nações Unidas convidou todos os Estados a declarar 8 de Março como o Dia Internacional dos Direitos da Mulher.