SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira (18) que a milícia civil criada para auxiliar os militares chegou a 1,6 milhão de membros, mais do que o triplo do que tinha em abril, e que seus integrantes serão armados "até os dentes" para proteger o país.

A Milícia Nacional Bolivariana é uma força de reserva composta por voluntários civis que foi fundada em 2008 pelo então presidente Hugo Chávez (1954-2013) para auxiliar as Forças Armadas.

Em discurso a membros da milícia, Maduro divulgou o novo número de integrantes e disse que o crescimento -em abril ele havia afirmado que quase 400 mil pessoas faziam parte do grupo- foi incentivado pelo regime para ajudar a proteger o país em caso de necessidade.

"Nós iremos armar a milícia bolivariana até os dentes", disse Maduro, sem dar detalhes. "Temos que fazer um bom investimento para garantir seu acesso a (…) fuzis, mísseis e tanques."

As declarações, transmitidas na televisão estatal, também tiveram como alvo o presidente da Colômbia, Iván Duque, e os Estados Unidos. Maduro tinha acusado Washington na semana passada de planejar uma invasão da Venezuela, que passa por severa crise econômica e social.

Ele tem elevado o tom contra Estados Unidos, Colômbia e Brasil, países que acusa de colocar em andamento um plano para derrubá-lo ou assassiná-lo, enquanto se prepara para iniciar um segundo mandato, a partir de 10 de janeiro, cuja legitimidade é questiona pela maior parte da comunidade internacional.

Segundo Caracas, o complô inclui o treinamento de tropas nos Estados Unidos para tomar bases militares na Venezuela, e de mercenários na Colômbia para simular ataques de tropas venezuelanas aos países vizinhos.