ANA LUIZA ALBUQUERQUE, CATIA SEABRA E ESTELITA HASS CARAZZAI CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ensaiavam, na manhã desta quarta (13), um cordão de isolamento para receber o ex-presidente Lula, no depoimento à Justiça Federal do Paraná. Cerca de 300 pessoas, vestidas com camisetas vermelhas, estavam nas proximidades do prédio da Justiça, a cerca de duas quadras do local. Elas se davam as mãos e eram enfileiradas, formando um círculo de isolamento onde o ex-presidente deve chegar. “Aqui é só no braço”, orientava um militante, com um colete escrito “Disciplina MST”. Eles ensaiaram a chegada do petista, formando até três cordões em torno de um organizador que fazia as vezes de Lula. Nos prédios ao redor, eventualmente um ou outro morador gritava “Viva o Moro, herói nacional”, ou batia panelas. Da janela, uma mulher exibia uma bandeira do Brasil e um boneco inflável do Pixuleco, que representa a imagem de Lula como presidiário. Não houve reação. Lula deve chegar por volta das 13h15 no local e irá caminhar dali até a sede da Justiça, onde presta depoimento a partir das 14h. São duas quadras de distância. “O Lula se alimenta dessa generosidade da militância”, disse o ex-ministro Gilberto Carvalho. “É para que o Lula saiba que o povo está com ele, enquanto é perseguido pelas elites.” Apesar do cordão, o clima era tranquilo na cidade na manhã desta quarta (13). A Polícia Militar isolou uma área bem menor que no primeiro depoimento de Lula, em maio. Pedestres e moradores eram autorizados a entrar no entorno, e parte das lojas funcionava normalmente. Os manifestantes contrários a Lula preparam ato em frente ao museu Oscar Niemeyer, a cerca de dois quilômetros. Segundo o secretário da Segurança, Wagner Mesquita, não haviam sido registrados confrontos ou tensões entre manifestantes pela manhã. Até o fim da manhã, pouco menos de 40 ônibus com militantes em favor de Lula haviam passado por rodovias em direção a Curitiba, segundo a Polícia Rodoviária Federal. A maioria era do interior do Paraná, mas também houve caravanas de Santa Catarina e de São Paulo.