LETÍCIA CASADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro Herman Benjamin, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), vai tomar depoimentos de alguns delatores da Odebrecht na Operação Lava Jato para embasar a ação contra a chapa presidencial de 2014. Benjamin é o relator da ação proposta pelo PSDB contra a chapa Dilma Rousseff/Michel Temer, que apura se a campanha de 2014 foi financiada com dinheiro ilícito.
Alguns dos principais delatores da Odebrecht vão prestar depoimento ao ministro: Marcelo Odebrecht, Claudio Melo Filho e Alexandrino Alencar.
Os delatores serão ouvidos na condição de testemunhas na Quarta-feira de Cinzas (1º), a partir de 14h30 em Curitiba, na sede do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná.
“Diante de indicativos extraídos da mídia escrita sobre a recente homologação da colaboração premiada de 77 (setenta e sete) executivos da empresa Odebrecht, no âmbito da denominada Operação Lava Jato, e de que houve depoimentos relacionados à campanha eleitoral da chapa Dilma-Temer em 2014, determino a oitiva das testemunha”, escreveu o ministro no despacho em que marcou a audiência.
Em manifestação enviada ao TSE, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu que os delatores sejam ouvidos desde que o sigilo dos depoimentos seja respeitado.
Na manifestação, Janot disse ainda os delatores Benedicto Junior e Fernando Reis também relataram informações que dizem respeito à ação contra a chapa. Eles, no entanto, não estão na lista das audiências da quarta-feira.
Em outubro, outros delatores da Lava Jato disseram que a chapa foi financiada com dinheiro de propina.
AÇÃO NO TSE
A ação contra a chapa tramita no TSE há cerca de dois anos. A maior parte das diligências já foi realizada.
Herman Benjamin participa de todas as oitivas de testemunhas. O ministro conta a ajuda de uma força-tarefa para atuar no caso.
O PSDB relatou três fatos na representação em que pede a cassação da chapa presidencial: gastos de campanha acima do limite informado à Justiça Eleitoral, financiamento eleitoral com dinheiro desviado da Petrobras e falta de comprovação de despesas de campanha.