Divulgação/ APPA

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) está prestes a concluir a primeira fase do Programa de Monitoramento de Avifauna, que em 28 meses realizou mais de 45 mil registros de aves aquáticas nos ambientes costeiros. Entre maio de 2016 e setembro de 2018, foram realizadas 112 incursões nas baías de Paranaguá e Antonina, com registros de indivíduos avistados diretamente, por binóculos e por contagem em fotografia de alta resolução.

A primeira etapa de monitoramento da avifauna é composta por 30 campanhas mensais amostrais ininterruptas, correspondendo a dois anos e seis meses de monitoramento. Neste período a equipe, composta por um ornitólogo, engenheiro ambiental e oceanógrafo, avistou 132 espécies diferentes de aves.

MINIMIZAR IMPACTO – O objetivo do monitoramento é avaliar a abundância, a riqueza e a diversidade das espécies de aves existentes na baia e no entorno dos Portos do Paraná em diferentes períodos do ano.

“Este é mais um programa desenvolvido pelos Portos do Paraná para monitorar o estado de conservação da fauna e da flora nas baías de Paranaguá e Antonina. Todo o trabalho da APPA é fiscalizado por órgãos ambientais e visa minimizar os impactos da atividade portuária sobre os ecossistemas existentes”, explica o diretor-presidente Appa, Lourenço Fregonese.

FOTOS – Além do monitoramento, a Appa acaba de desenvolver um cartaz com as aves encontradas na Baía de Paranaguá. São 30 fotos das principais espécies encontradas na baía. O material traz informações como, por exemplo, o status de ameaça de cada espécie e o status de ocorrência. O cartaz será distribuído em escolas e comunidades da Baía de Paranaguá visando conhecimento e a proteção das aves.

ESPÉCIES AVISTADAS – No monitoramento feito pelos Portos, cada campanha é realizada em quatro dias. A espécie avistada com mais frequência e abundância no estudo foi o biguá (Nannopterum brasilianus),com cerca de 30% do total de registros. Na sequência aparece o trinta-réis-de-bando (Thalasseus acuflavidus), o urubu-de-cabeça-preta (Coragyps atratus), a garça-zul (Egretta caerulea), o atobá-pardo (Sula leucogaster), o quero-quero(Vanellus chilensis), o talha-mar(Rynchops niger),batuíra-de-bando (Charadrius semipalmatus).

Entre as espécies registradas, oito aves são consideradas como ameaçadas de extinção, segundo a lista nacional de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção, elaborada pelo Ministério do Meio Ambiente e pelas listas oficiais do Estado do Paraná. Além disso, foram registradas 10 espécies migratórias do hemisfério norte e quatro migratórias do hemisfério sul.

O trabalho de monitoramento também avistou espécies como o guará (Eudocimus ruber), ave com recolonização recente no Litoral do Paraná e o papagaio-da-cara-roxa (Amazona brasiliensis), espécie que considerada “quase ameaçada” segundo internacionalmente e ameaçada regionalmente.

Os estudos da Appa também identificaram espécies que necessitam de ambientes mais conservados como é o caso do savacu-de-coroa (Nyctanassa violacea) e a gaivota-maria-velha (Chroicocephalus maculipennis).

DESENVOLVIMENTO E CONSERVAÇÃO – O monitoramento de aves está demonstrando que é possível aliar o desenvolvimento econômico com a conservação do meio ambiente, segundo o diretor de Meio Ambiente da Appa, Bruno da Silveira Guimarães. “Hoje, a Appa promove diariamente mais de 50 programas simultâneos com o intuito de proteger as baías de Paranaguá e Antonina”, afirma Guimarães.

Conheça os locais monitorados de Avifauna
A equipe monitorou a ocorrência de aves no Trapiche de Antonina, na Ponta da Pita, em Antonina; nos arredores do Santuário Nossa Senhora do Rocio, em Paranaguá; em Pontal do Sul, na Ilha do Mel e em um trecho de 60 quilômetros (embarcados), no interior da baia, entre os Portos de Paranaguá e Antonina.

Nas incursões são investigados diversos tipos de ambientes, entre eles manguezais, restingas, marismas, praias arenosas, praias com presença de rochas e planícies de sedimentos que ficam expostos durante baixas de marés. O ornitólogo da Appa, Fernando Prado, conta que o estado de conservação desses ambientes é fundamental para a permanência das espécies, sejam residentes, sejam migratórias.

“Com o passar dos anos, o monitoramento mostrará claramente como funciona migração de aves de acordo com as estações na Baia de Paranaguá, se elas voltam, aumentam ou diminuem em número, assim como o estado de conservação do complexo ao longo do tempo”, informa o ornitólogo, Fernando Prado.