JOÃO PEDRO PITOMBO

SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – Waldir Pires, ex-governador da Bahia e ex-ministro, morreu nesta sexta (22) em Salvador aos 91 anos. Com a saúde debilitada, ele não resistiu a uma parada cardiorrespiratória.

Ele foi o último aliado de João Goulart a deixar o Palácio do Planalto em 1º de abril de 1964, dia em que o então presidente foi deposto.

Um quadros mais importantes da esquerda brasileira, Pires nasceu em 1926 na cidade de Acajutiba (182 km de Salvador). Formou-se em direito e, aos 24 anos, foi nomeado secretário estadual do governador Régis Pacheco.

Em 1963, foi nomeado consultor-geral da República no governo João Goulart. Após o golpe militar, exilou-se no Uruguai e na França, onde viveu por seis anos, voltando ao Brasil em 1970.

Com os direitos políticos suspensos, só voltou a disputar eleições em 1982, quando foi derrotado para o Senado. Quatro anos depois, elegeu-se governador da Bahia, pelo PMDB, impondo a maior das derrotas do grupo político de Antônio Carlos Magalhães (1937-2007).

Ficou no cargo por apenas dois anos e meio, descompatibilizando-se para tentar ser candidato a presidente da República em 1989. Derrotado nas prévias do PMDB, foi candidato a vice na chapa de Ulysses Guimarães. A chapa ficou em sétimo lugar.

Antes, Pires foi ministro da Previdência no governo José Sarney. Em 2003, voltou ao Planalto ocupando os cargos de ministro da Controladoria-Geral da União e da Defesa. Na CGU, foi o idealizador de ferramentas como o Portal da Transparência.

Na Defesa, teve atuação criticada e foi demitido em 2007 na esteira da crise dos aeroportos brasileiros.

Foi deputado federal por dois mandatos e encerrou sua vida pública como vereador em Salvador pelo PT de 2013 a 2016. O governador Rui Costa (PT) decretou luto oficial.